quinta-feira, novembro 22, 2018

Educação Aberta

O termo educação aberta é usado atualmente no contexto dos chamados Recursos Educacionais Abertos e trazem novas práticas de ensino-aprendizagem que se popularizaram com o surgimento e crescimento das tecnologias educacionais. Esse termo é utilizado em contextos diferentes envolvendo diversas práticas, sendo algumas mais tradicionais e outras mais recentes, de modo que a utilização desses recursos educacionais abertos é mais uma maneira de se fazer educação aberta.
Lewis e Spencer (1986) definiram a educação aberta como um termo utilizado para descrever cursos flexíveis que são desenvolvidos para atender necessidades individuais; objetivando remover as barreiras de acesso à educação tradicional, e sugerem uma filosofia de aprendizagem centrada no aluno.
Gourley e Lane (2009) apontam dois fatores que contribuíram imensamente para oferecer novas maneiras de como o usuário pode interagir com o conteúdo em educação aberta. Esses fatores são, em primeiro lugar, o progresso  da tecnologia na transformação de plataformas unilaterais de provisão de conteúdo em plataformas multidirecionais, interativas e colaborativas; e ainda nesse âmbito tecnológico, a ubiquidade da internet e a sofisticação da telefonia moderna, que permitiram que a aprendizagem aberta se tornasse algo global. Em segundo lugar, a emergência de novas formas de licenciamento para conteúdo digital, que abriu novos horizontes para a distribuição e a utilização de materiais educacionais.
A era das comunicações em rede  permite uma melhoria na  educação quando define o cenário para uma cultura de aprendizado necessária. Na era digital, as comunidades se auto-organizaram ao redor da internet, criando  uma “plataforma” global com acesso vastamente expandido para todos os tipos de recursos,  incluindo materiais educacionais formais e informais. A internet também  adotou uma nova cultura de compartilhamento, no qual o conteúdo é livremente contribuído e distribuído com poucas restrições.
Uma das evoluções da internet é a chamada Web 2.0,  que desviou a atenção do acesso à informação para o acesso a outras pessoas. Novos tipos de recursos on-line – como sites de redes sociais, blogs, wikis e comunidades virtuais – têm permitido que as pessoas com interesses comuns possam se encontrar, compartilhar ideias e colaborar de forma inovadora. Assim Web 2.0 criou um novo tipo de mídia participativa para apoiar múltiplos modos de aprendizagem. Dois desses incluem a aprendizagem social, com base na premissa de que nossa compreensão do conteúdo é socialmente construída através de conversas sobre esse conteúdo e através de interações em torno de problemas ou ações. O foco não é tanto sobre o que aprender, mas em como nós aprendemos.



ECOSSISTEMAS DIGITAIS, TECNOLOGIAS E COMPETÊNCIAS DE APRENDIZAGEM

A aprendizagem ao longo da vida assume uma relevância cada vez maior, uma aliança entre contextos formais e informais de aprendizagem, potencializados pela tecnologia, conectando os indivíduos, criando redes dinâmicas e ecológicas capazes de responder aos desafios da sociedade e dos seus ecossistemas digitais.
As “novas” sociedades de conhecimento necessitam de sistemas educacionais, onde as salas de aula estejam conectadas a instrumentos e redes de conhecimento sempre atualizados, pois a relação entre professor e estudante está a transformar-se num ecossistema de conhecimento, estendendo-se  ao longo da vida do estudante, sendo preciso criar e manter recursos humanos capazes de melhorar a competitividade da sua organização, por meio da aplicação do seu conhecimento.
Associado ao campo educativo, e com a disseminação das tecnologias e o crescente acesso à internet, o termo ecossistemas digitais online de aprendizagem vem ganhando  um significado cada vez mais relevante. Segundo Wilkinson, a arquitetura fundamental de um ecossistema desta natureza deve possuir os seguintes elementos:
a) uma taxonomia de conteúdos partilhada;
b) sistemas de gestão de aprendizagem (LMS — Learning Management Systems);
c) sistemas de gestão de conteúdos de aprendizagem (LCMS — Learning Content Management Systems);
d) repositórios de objetos de aprendizagem;
e) sistemas de integração e gestão de fluxo de trabalho (workflow);
f) motores de avaliação (Assessment Engine);
g) motores de simulação e jogos (Game Engine);
h) ferramentas de colaboração e discussão; e
i) elementos de suporte e orientação (2002).
O desenvolvimento de ecossistemas constituídos por ambientes de aprendizagem complementares baseados no conceito de Ecologia requer uma mudança significativa na forma de pensar o ato educativo. O desafio é criar ambientes férteis, dinâmicos, vivos e diversificados onde as atividades de aprendizagem, o conhecimento e as ideias possam nascer, crescer e evoluir. E, para isso, é necessária uma abordagem que não se limite a considerar apenas os aspetos tecnológicos relacionados com uma aprendizagem via web, mas que privilegiem uma abordagem ecológica, integrada e holística, em suma uma abordagem que privilegie uma visão blended da aprendizagem.
Nesses ecossistemas, os fatores bióticos são as comunidades de aprendizagem, que são os professores, os tutores, os estudantes, os conteúdos que representam a parte viva do sistema. Por sua vez, as tecnologias ou as ferramentas de aprendizagem representam os fatores abióticos, as partes não vivas do ecossistema. As fronteiras dos ambientes de aprendizagem, em analogia às fronteiras de um sistema biológico, definem os limites do ecossistema de aprendizagem, sendo que estes são determinados por influências internas, tais como a construção do conhecimento no seu seio, os objetivos educacionais, as atividades de aprendizagem e por influências externas, tais como aspetos sociais e culturais. Como num sistema biológico, os elementos da comunidade podem formar grupos espontaneamente, podendo interagir uns com os outros.

MOREIRA, Antonio. Reconfigurando ecossistemas digitais de aprendizagem com tecnologias audiovisuais. Unirede: Revista de Educação a Distância. Vol.5. Jan. 2018.

9 dicas para professores escolherem recursos educacionais tecnólogicos

Pode ser divertido, gratuito, mas sempre existe o risco daquele aplicativo que ganha até um tempo de aula privilegiado não surtir o resultado prometido para melhora do aprendizado. Para evitar que educadores caiam em “armadilhas pedagógicas”, o CIEB (Centro para a Inovação da Educação Brasileira) lançou a publicação “Orientações para Seleção e Avaliação de Conteúdos e Recursos Digitais” (clique para baixar), um novo volume de sua série de notas técnicas, para falar sobre o tema diretamente com quem está na ponta do processo. Trata-se de um documento preparado pela instituição para contribuir com o debate público sobre inovação na educação.
Como publicado pelo Porvir no guia Tecnologia na Educação, a tecnologia permite acesso a uma infinidade de recursos que podem ser usados no processo de ensino e aprendizagem. Para avançar na discussão, o documento do CIEB reforça que é preciso que professores tenham a competência para selecionar os conteúdos e ferramentas mais relevantes para seus alunos. Eles devem ainda estar alinhados aos objetivos de aprendizagem previstos no currículo, ter consistência e fidedignidade, além de serem simples e intuitivos, para que seu aprendizado de uso não impacte o processo de aprendizado do conteúdo.
Levando em conta esses parâmetros, o documento elenca 9 fatores que devem ser levados em conta ao longo do processo de seleção:
1) O conteúdo possui alinhamento com o currículo?
Aqui o professor precisa definir previamente o conteúdo pedagógico para o qual necessita dos recursos e delimitar os objetivos de aprendizagem que deseja alcançar. Feito isso, ele deve analisar se o recurso atende claramente aos objetivos, se está adequado ao público-alvo, se é relevante, preciso e confiável. Por fim, é preciso olhar se as atividades fazem sentido para os objetivos traçados.

2) O conteúdo é de qualidade e adequado ao propósito?
Para responder a essa questão, o professor deve verificar se o conteúdo é central e relevante dentro da experiência de aprendizagem. Objetos como imagens, áudio e vídeos devem ser adequados ao público e ao contexto de uso. Eles também devem ser de qualidade gráfica e sonora que permitam fácil entendimento nas diferentes plataformas. O documento do CIEB alerta, ainda, que devem ser evitados recursos com conteúdos com parcialidade política, religiosa ou étnica, preconceitos, material ofensivo ou omissões.

3) Possibilita métodos pedagógicos inovadores, promovendo engajamento e facilitando o aprendizado?
Um dos benefícios dos conteúdos digitais é a grande variedade de tipos (texto, áudio, vídeo, imagens, páginas de internet interativas, aplicativos e jogos), que oferecem múltiplas oportunidades de escolha para aprender. O professor é quem deve planejar a melhor forma de aproveitar essa diversidade, baseado no perfil dos alunos. Isso pode acontecer por meio de métodos como ensino híbrido, sala de aula invertida, ensino adaptativo, aprendizado através de desafios, projetos, aprendizado personalizado, dentre outros. Na seção glossário, do Porvir, você encontra a definição de cada uma dessas estratégias.

4) Possui formas efetivas de avaliar o aprendizado?
Um recurso educacional deve mostrar se aluno conseguiu ou não alcançar os objetivos de aprendizagem propostos. Isso pode ser feito através de pequenas atividades incorporadas em diferentes etapas, de uma avaliação informal ao final, de uma autoavaliação ou através de atividades em pares e em grupos. Também é possível fazer uma avaliação formal, que mede o nível de desenvolvimento alcançado pelo aluno durante e/ou após o uso do recurso em comparação ao seu conhecimento prévio.

5) É fácil de usar?
Um bom recurso não deve demandar manuais ou orientações para ser usado. Além disso, o tempo que os alunos precisam se dedicar para entender como ele funciona não pode ser maior do que aquele requerido para aprender o conteúdo pedagógico. Uma recurso com boa usabilidade tem imagens e ícones que seguem convenções. Ele deve funcionar de maneira consistente em diferentes dispositivos e ter design agradável.

6) Funciona com os sistemas disponíveis na sua rede/escola?
É indispensável que o professor conheça os sistemas de sua rede ou escola, principalmente o Ambiente Virtual de Aprendizado (caso exista), porque tanto o uso do recurso quanto o acesso aos resultados das atividades depende dessa integração.

7) A infraestrutura disponível em sua rede/escola é suficiente para o uso do recurso?
É importante que o professor conheça as tecnologias presentes em sua rede/escola, saiba quais são as mais usadas pelos alunos e verifique se os requisitos mínimos do recurso, ou tecnologias suportadas por ele, estão sendo atendidos. Entre outros fatores, ele deve se atentar para: o tipo de dispositivo (computador, tablet ou smartphone); velocidade da conexão com a internet da escola e dos alunos; sistema operacional (iOS, Android, Windows, MAC…); navegador (Internet Explorer, Chrome, Firefox…); disponibilidade de softwares (Word, Excel…); e tamanhos de tela (resolução). No caso de plataformas que rodam online, o educador ainda pode verificar se também existe possibilidade de uso off-line, se a conexão da escola não for suficiente. Também é importante verificar as garantias de segurança e políticas de privacidade relativas aos dados dos usuários e se elas não violam os dados e a privacidade dos alunos.

8) Possui funcionalidades para inclusão e acessibilidade?
Aqui o professor deve verificar se o recurso possui funcionalidades que atendem o uso por alunos com deficiência. As necessidades podem variar, mas pode-se destacar características como: interfaces simples, fáceis de usar, com possibilidade de adaptar o tamanho das fontes, cores de letras e fundo de tela, legendas ou áudio opcional de todo o conteúdo, incluindo descrição de imagens, além de guia de uso para alunos.

9) Busque referência e compartilhe
O professor deve buscar referências sobre a reputação do autor, da instituição ou empresa que está fornecendo o recurso, pois elas podem funcionar como um indicador importante de qualidade. Caso não haja referências, será necessário procurar outros recursos do mesmo autor, instituição ou empresa. Ele pode conversar com outros professores que já utilizaram – isso ajuda a entender os principais pontos fortes e fracos do recurso e do fornecedor.



fonte:http://porvir.org/9-dicas-para-professores-escolherem-recursos-educacionais-digitais/

Desafios nas redes sociais

A aprendizagem em espaços virtuais, como por exemplo, as redes sociais constitui um enorme desafio para a sociedade digital, na medida em q...