quinta-feira, novembro 22, 2018

ECOSSISTEMAS DIGITAIS, TECNOLOGIAS E COMPETÊNCIAS DE APRENDIZAGEM

A aprendizagem ao longo da vida assume uma relevância cada vez maior, uma aliança entre contextos formais e informais de aprendizagem, potencializados pela tecnologia, conectando os indivíduos, criando redes dinâmicas e ecológicas capazes de responder aos desafios da sociedade e dos seus ecossistemas digitais.
As “novas” sociedades de conhecimento necessitam de sistemas educacionais, onde as salas de aula estejam conectadas a instrumentos e redes de conhecimento sempre atualizados, pois a relação entre professor e estudante está a transformar-se num ecossistema de conhecimento, estendendo-se  ao longo da vida do estudante, sendo preciso criar e manter recursos humanos capazes de melhorar a competitividade da sua organização, por meio da aplicação do seu conhecimento.
Associado ao campo educativo, e com a disseminação das tecnologias e o crescente acesso à internet, o termo ecossistemas digitais online de aprendizagem vem ganhando  um significado cada vez mais relevante. Segundo Wilkinson, a arquitetura fundamental de um ecossistema desta natureza deve possuir os seguintes elementos:
a) uma taxonomia de conteúdos partilhada;
b) sistemas de gestão de aprendizagem (LMS — Learning Management Systems);
c) sistemas de gestão de conteúdos de aprendizagem (LCMS — Learning Content Management Systems);
d) repositórios de objetos de aprendizagem;
e) sistemas de integração e gestão de fluxo de trabalho (workflow);
f) motores de avaliação (Assessment Engine);
g) motores de simulação e jogos (Game Engine);
h) ferramentas de colaboração e discussão; e
i) elementos de suporte e orientação (2002).
O desenvolvimento de ecossistemas constituídos por ambientes de aprendizagem complementares baseados no conceito de Ecologia requer uma mudança significativa na forma de pensar o ato educativo. O desafio é criar ambientes férteis, dinâmicos, vivos e diversificados onde as atividades de aprendizagem, o conhecimento e as ideias possam nascer, crescer e evoluir. E, para isso, é necessária uma abordagem que não se limite a considerar apenas os aspetos tecnológicos relacionados com uma aprendizagem via web, mas que privilegiem uma abordagem ecológica, integrada e holística, em suma uma abordagem que privilegie uma visão blended da aprendizagem.
Nesses ecossistemas, os fatores bióticos são as comunidades de aprendizagem, que são os professores, os tutores, os estudantes, os conteúdos que representam a parte viva do sistema. Por sua vez, as tecnologias ou as ferramentas de aprendizagem representam os fatores abióticos, as partes não vivas do ecossistema. As fronteiras dos ambientes de aprendizagem, em analogia às fronteiras de um sistema biológico, definem os limites do ecossistema de aprendizagem, sendo que estes são determinados por influências internas, tais como a construção do conhecimento no seu seio, os objetivos educacionais, as atividades de aprendizagem e por influências externas, tais como aspetos sociais e culturais. Como num sistema biológico, os elementos da comunidade podem formar grupos espontaneamente, podendo interagir uns com os outros.

MOREIRA, Antonio. Reconfigurando ecossistemas digitais de aprendizagem com tecnologias audiovisuais. Unirede: Revista de Educação a Distância. Vol.5. Jan. 2018.

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