domingo, dezembro 16, 2018

Desafios nas redes sociais

A aprendizagem em espaços virtuais, como por exemplo, as redes sociais constitui um enorme desafio para a sociedade digital, na medida em que estes ambientes remetem-nos para uma Pedagogia 2.0 e para o paradigma emergente da Educação Aberta. A mesma tem sido considerada uma filosofia educacional importante para o enriquecimento à aprendizagem ao longo da vida e proporciona a oportunidade de crescimento e aprofundamento do conhecimento.
Entre as redes sociais, o Facebook apresenta-se como um enorme desafio à educação, na medida em que pode proporcionar um processo dinâmico de ensino-aprendizagem do qual os estudantes se sentem parte integrante. Ao fazerem parte desse processo, revelam-se estudantes competentes na arte de aprender, com ações mais autônomas e maior responsabilidade na construção do seu próprio conhecimento (BASSO et al., 2013). Nesse contexto educativo de mudanças, emerge, pois, como compromisso fundamental e como construto fundamental nuclear o autoconceito acadêmico, enquanto dimensão promotora e facilitadora da aprendizagem.
Portanto,  as redes sociais podem, hoje, ser combinadas no processo pedagógico num formato que apelidamos de blended e-learning. Através de plataformas interativas colaborativas próprias ou incorporadas em ambientes online de aprendizagem, as ferramentas da Web 2.0 podem propiciar espaços e condições técnicas para o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem devido à sua versatilidade, facilidade de utilização e inúmeras possibilidades de comunicação, partilha e de colaboração.
MOREIRA, Antonio J. Pedagogia 2.0 na web social e o seu impacto no Autoconceito de estudantes de pós-graduação. Revista da FAEEBA – Educação e contemporaneidade, Salvador, v. 24, n. 44, p. 83-95, jul./dez. 2015.

web 2.0 na educação

Escola digital


FONTE: https://rede.escoladigital.org.br/ead_rede

Currículo e Tecnologia - Como integrar? – vídeo EaD Escola Digital

Especial Tecnologia na Educação - Por que usar tecnologia

Análise da tecnologia móvel nas escolas

Com bases nos textos para estudo percebe-se que as ferramentas da web, a aprendizagem online e as potencialidades dos dispositivos móveis trouxeram novos e estimulantes desafios para os sistemas educativos e para os seus profissionais. Um dos principais desafios prende-se com a necessidade de reconfigurar ambientes (virtuais) de aprendizagem que respondam às necessidades das “mentes móveis” dos estudantes desta sociedade digital e em rede.

A escola de hoje não é nem deve ser a mesma de alguns anos atrás, mas, para tal, é preciso enfrentar alguns desafios e um deles é o uso de novas tecnologias em sala de aula, em especial a tecnologia móvel, vista muitas vezes pelo professor como algo que atrapalha e chama a atenção dos alunos desviando o sentido da aula.

Talvez, as velhas práticas, as ferramentas ultrapassadas e as metodologias retrógradas já não são suficientes para suprir as necessidades do atual cenário educacional brasileiro sendo  preciso considerar que as informações se tornaram mais rápidas e acessíveis, que os estudantes estão cada vez mais autônomos e conectados e  que  as novas tecnologias e mídias sociais estão revolucionando a forma de ensinar e aprender.
É preciso criar estratégias inovadoras de ensino para auxiliar no desenvolvimento dos alunos, incluindo o uso de novas tecnologias.  Existem várias maneiras de introduzir essas práticas em sala de aula - em atividades pedagógicas, a gamificação, na aplicação de avaliações e simulados e na proposta de leituras, o uso didático do celular pode auxiliar e motivar os estudantes no processo de ensino-aprendizagem.

Com efeito, as salas de aula virtuais, nos LMS, nas redes sociais ou nestas plataformas de  instant messaging, possibilitam diversos níveis  de interação que vão desde o um para um até de muitos para muitos. As interações, não só com o  professor,  mas também  com  os  colegas,  configuram-se, pois,  como  a  base prática  da  aprendizagem  em  ambiente  virtual  e  tais  interações  estão fundamentadas pelas teorias de carácter construtivista e sociointeracionista, uma vez  que  exigem  a  negociação  de conflitos  e  a  partilha  de  significados (MONTEIRO; MOREIRA; LENCASTRE, 2012).

Portanto,  nas sociedades contemporâneas a importância da educação digital e em rede tem vindo a acentuar-se por via do desenvolvimento no domínio tecnológico e da sua cada vez maior presença no quotidiano social. Os avanços das tecnologias digitais, e em particular da Internet, têm estimulado de forma decisiva a aprendizagem para além das estruturas educativas formais, sendo que hoje a aprendizagem em espaços informais na web, como as redes, constitui um desafio para esta sociedade conectada, na medida em que estes ambientes reúnem experiências de vida e aprendizagens autênticas (DOWNES, 2005).

A tecnologia nas aulas de Historia

É notável que as diferentes tecnologias digitais potenciam, a priori, o desenvolvimento de uma consciência crítica, uma vez que através delas se pode fazer a ponte entre o passado e o presente. Ao questionar quantas  vezes os professores de História procuram que os seus estudantes formulem raciocínios de causalidade complexa e consigam perceber os acontecimentos a nível não só conjuntural, mas também estrutural? É percebido que a possibilidade de desenvolver este raciocínio a um nível mais prático, que a tecnologia, normalmente, pode possibilitar, tal como a visualização de mapas interativos, a construção de bases de dados com informação variada ou até a participação num jogo de computador, contribuirá, certamente, para que os estudantes adquiram as competências definidas e desejadas.

A História, apesar de todas estas dificuldades, ao tratar do passado e dos seres humanos desse mesmo passado, apresenta uma série de características especiais enquanto disciplina: tem a questão da temporalidade, tem a questão da multiperspectiva, tem também a questão da complexidade e tem ainda uma série de conceitos estruturais que são determinantes na capacidade de verdadeiramente compreender o que é ensinado em qualquer aula de História.
Assim, verifica-se a necessidade de se explicar aos estudantes no ensino da História, que para perceberem um dado acontecimento, não podem olhar para ele de forma isolada, mas sim como parte de um todo maior e mais complexo, sendo que as ações individuais e o próprio tempo podem contribuir para que se produzam resultados diferentes.

Na realidade, a usabilidade das tecnologias tornou-se um imperativo. O fácil acesso à informação e urgência de atualização de conhecimentos delega a professores e estudantes novas experiências, com tendência para a responsabilização e controle da aprendizagem ao próprio estudante, apoiado pelo professor, em tarefas de pesquisa, autonomização e regulação. A disponibilidade de outros materiais além dos impressos que concorrem com o multimídia e com dispositivos informáticos aliciantes e comuns, permitiu uma aproximação aos territórios educativos e ambientes de aprendizagem com informação disponível online desafiando uma dinâmica diferente e apontando novos limites para a liberdade de ensinar e de aprender (MONTEIRO; MOREIRA, LENCASTRE, 2015).

TRINDADE Sara Dias; MOREIRA, José António. Tecnologias móveis e a recriação digital na construção do conhecimento histórico. Revista Eletrônica de Educação, v.11, n.2, p. 637-652, jun./ago., 2017.

Análise de artigo de opinião


O texto analisado “ A força das palavras” encontra-se na edição 1862( hum mil oitocentos e sessenta e dois) de 14 de julho de 2004, é um artigo de opinião escrito por Lya Luft para a revista veja na seção Ponto de vista.

O artigo de opinião assume as características do tipo textual argumentativo em que o autor tem a intenção de convencer os interlocutores e, para isso, precisa apresentar argumentos consistentes, verdadeiros e opiniões que tenham credibilidade. 
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.  Possui  muitas características: contém um título polêmico ou provocador, expõe uma idéia ou ponto de vista sobre determinado assunto, apresenta três partes: exposição, interpretação e opinião, utiliza verbos predominantemente no presente e utiliza linguagem objetiva (3ª pessoa) ou subjetiva (1ª pessoa). Porém, uma característica muito peculiar deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas,  apresenta outros aspectos persuasivos como por exemplo as orações no imperativo (seja, compre, ajude, favoreça, exija, etc.) e a utilização de conjunções que agem como elementos articuladores (e, mas, contudo, porém, entretanto, uma vez que, de forma que, etc.) e dão maior clareza às ideias.

Quanto a estrutura o artigo de opinião é um texto jornalístico, em prosa, que apresenta o ponto de vista do autor ou autores a respeito de determinado assunto considerado de interesse no momento. Quem escreve um artigo é chamado de articulista. È um texto de caráter dissertativo-argumentativo. Pode estruturar-se de diversas formas. O mais comum é compor-se de três partes: primeira parte: apresenta-se o tema, de forma sucinta, fazendo um histórico se for o caso. Pode-se também, apresentar nessa parte, uma tomada de posição diante do tema, ou seja, a formulação de uma tese, a segunda parte: apresentam-se os argumentos e contra-argumentos necessários para justificar a posição defendida e por fim a terceira parte ou encerramento: reafirma-se ou apresenta-se de modo condensado o ponto de vista defendido no artigo. Para isso o autor adota estratégias discursivas para convencer o leitor: acusações claras ao oponentes, as ironias, as insinuações, as digressões, as apelações à sensibilidade, a retenção de recursos descritivos – detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes de informações.

Nesse artigo analisado o  problema enfocado é como/ quando usar as palavras e a força que elas têm. Constitui o texto de 14 parágrafos.

      Sequência Tipológicas
Gênero Textual: Artigo de Opinião
A força das palavras – Lya Luft
Expositivo/descritivo
Palavras assustam mais do que fatos: às vezes é assim.
ExpositivoDescritivo
Descobri isso quando as pessoas discutiam e lançavam palavras como dardos sobre a mesa de jantar. Nessa época, meus olhos mal alcançavam o tampo da mesa e o mundo dos adultos me parecia fascinante. O meu era demais limitado por horários que tinham de ser obedecidos ( por que criança tinha de dormir tão cedo? ) , regras chatas( por que não correr descalça na chuva, por que não botar os pés em cima do sofá, por quê, por quê, por quê...?), e a escola era um fardo ( seria tão mais divertido ficar lendo debaixo das arvores no jardim de casa...)
Descritivo
Mas, em compensação, na escola também se brincava com palavras: lá como em casa, havia livros, e neles as palavras eram caramelos saborosos ou pedrinhas coloridas que a gente colecionava, olhava contra a luz, revirava no céu da boca... E ás vezes cuspia na cara de alguém de propósito, para machucar.
Narrativo/descritivo
Depois houve um tempo ( hoje não mais?) em que palavras eram cortadas por reticências na tela do cinema, enquanto sobre elas se representavam cenas que, como se dizia no tempo dos pudores, fariam corar um frade de pedra.
Expositivo
Palavras ofendem mais do que a realidade – sempre achei isso muito divertido. Palavras servem para criar mal-entendidos que magoam durante anos:
Expositivo
- Você aquela vez disse que eu...
- De jeito nenhum, eu jamais imaginei, nem de longe, dizer uma coisa dessas...
Mas você disse...
- Nunca! Tenho certeza absoluta!
Expositivo
Vivemos nesses enganos, nesses desencontros, nesse desperdício de felicidade e afeto. No sofrimento desnecessário, quando silenciamos em lugar de esclarecer. “Agora não quero falar nisso”, dizemos. Mas a gente devia falar exatamente disso que nos assusta e nos afasta do outro. O silêncio, quando devíamos falar, ou a palavra errada, quando devíamos ter ficado quietos: instauram-se assim, o drama da convivência e a dificuldade do amor.
Expositivo/descritivo
Sou dos que optam pela palavra sempre que é possível. Olho no olho, às vezes Mao na Mao ou Mao no ombro: vem cá, vamos conversar? Nem sempre é possível. Mas , em geral, é melhor do que o silêncio crispado e as palavras varridas para baixo do tapete.
Expositivo/descritivo
Não falo do silêncio bom em que se compartilham ternura e entendimento. Falo do mal de um silêncio ressentido em que se acumulam incompreensão e amargura – o vazio cresce e a mágoa distancia na mesma sala, na mesma cama, na mesma vida. Em parte porque nada foi feito, quando tudo precisaria ser falado, talvez até para que a gente pudesse se afastar com amizade e respeito quando ainda era tempo.
Expositivo / descritivo
Falar é também a essência da terapia: pronunciando o nome das coisas que nos feriram, ou das que nos assustam mais, de alguma forma adquirimos sobre elas um mínimo controle. O fantasma passa a ter nome e rosto, e começamos a lidar com ele. Há estudos interessantíssimos sobre os nomes atribuídos ao diabo, a enfermidades consideradas incuráveis ou altamente contagiosas: muitas vezes, em lugar das palavras exatas, usamos eufemismos pra que o mal a que elas se referem não nos atinja.
Expositivo/Argumentativo
A palavra faz parte da nossa essência: com ela, nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos, apaziguamos, ferimos e matamos. Com a palavra seduzimos num texto; com a palavra, liquidamos – negócios, amores. Uma palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio que transportará vidas ou armas.
Expositivo /argumentativo
“ Vá”, “ Venha”, “Fique”, “ Eu vou”, “Eu não sei”, “ Eu quero, mas não posso”, “Eu não sou capaz”, “Sim, eu mereço” – dessa forma, marcamos as nossas escolhas, a derrota diante do nosso medo ou a vitória sobre o nosso susto. Viemos ao mundo para dar nomes às coisas: dessa forma nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar antes de nós.


  
                                   Considerações Finais


       Neste trabalho foi discutido as tipologias textuais analisando três gêneros diferentes, em que percebemos suas estruturas e funcionalidades através das problematizações defendidas pelos autores dentro do contexto da Língua Portuguesa.
       Percebemos que entre as características básicas dos tipos de textuais está o fato de eles serem definidos por seus traços lingüísticos predominantes. Por isso, um tipo textual é dado por um conjunto de traços que formam uma sequência e não um texto.
         Ao analisar os gêneros textuais estudados, notamos que por meio dele o aluno toma consciência de que pode, como cidadão, manifestar seus pontos de vista, opinar e interferir nos acontecimentos do mundo concreto.
         Assim, no plano da linguagem, o ensino dos diversos gêneros textuais que socialmente circulam entre nós, além de ampliar sobremaneira a competência lingüística e discursiva dos alunos, aponta-lhes inúmeras formas de participação social que eles, como cidadãos, podem ter fazendo uso da linguagem.
     Ao observar os gêneros textuais e a definição e funcionalidade de Luiz Antônio Marcuschi, destacamos  os aspectos importantes para esse tipo de portadores textuais :  Os gêneros são eventos sociais maleáveis e surgem das necessidades e atividades sócio-culturais com grande influencia das inovações tecnológicas; os grandes suportes tecnológicos da comunicação (rádio, televisão, jornal, internet, revista), por terem uma presença marcante e centralidade nas atividades comunicativas, vão propiciando e abrigando gêneros novos bastante característicos,  os gêneros surgem ancorados em outros gêneros. Pode ser por transmutação ou por assimilação de um por outro, e o que determina o gênero pode ser a forma, a função, o suporte ou o ambiente em que os textos aparecem, o gênero privilegia a natureza funcional e interativa da língua, já o tipo textual se preocupa com o aspecto formal e estrutural, heterogeneidade tipológica que é um gênero com mais de um tipo textual, a intertextualidade inter-gêneros que é  um gênero com função de outro e o domínio discursivo,ou seja, esfera ou instancia de produção discursiva ou de atividade humana. Não é um texto nem discurso, mas propicia o surgimento de discursos bastante específicos. Do ponto de vista dos domínios falamos em discurso jurídico, jornalístico etc., já que as atividades jurídica, jornalística não abrangem um gênero particular, mas, dão origem a vários deles.
       Desse modo, acreditamos que, havendo certa estabilidade, torna-se possível apresentar aos alunos alguns paradigmas aos quais possam se reportar. Para Kleiman (2003), é importante apresentar aos alunos “ sugestões didáticas para uso dos textos enquanto exemplares e fonte de referência de um determinado gênero”. Com isso não queremos afirmar que um gênero textual possa ser aprendido apenas com a intenção de modelos, mas  que esse trabalho precisa permitir uma recriação, uma adequação da produção de um determinado texto a uma situação social.
        Considerando-se os gêneros textuais formas verbais orais e escritas que resultam de enunciados produzidos em sociedade e, no âmbito do ensino e aprendizagem de português, são vias de acesso ao letramento, propõe-se que no ensino, as atenções estejam voltadas para os textos que encontramos em nossa vida diária com padrões sócio-comunicativos característicos definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas. Assim, a concepção de gênero diz respeito à forma, ao conteúdo, aos propósitos comunicativos e ao percurso social. O gênero textual reflete todo o processo social envolvido na comunicação que encerra.


  KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura- Teoria e Prática. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 19

A importância do ato de Ler


IDÉIAS CENTRAIS DO LIVRO A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER- PAULO FREIRE


·        A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.
·        Para o autor, a leitura da palavra, da frase, da sentença, jamais significou uma ruptura com a "leitura" do mundo e como professor também de português, nos seus vinte anos, viveu intensamente a importância do ato  de ler e de escreve.
·        A leitura de um texto, tomado como pura descrição de um objeto é feita no sentido de memorizá-la, nem é real leitura, nem dela portanto resulta o conhecimento do objeto de que o texto fala.
·    Um dos documentos filosóficos mais importantes de que dispomos, As teses sobre Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia...
·    O processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito. O analfabeto é capaz de sentir a caneta, de perceber a caneta e de dizer caneta.
·    A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral.
·        De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo mas por uma certa forma de “escrevê-lo” ou de “reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente.
·        Falar de alfabetização de adultos e de bibliotecas populares é falar, entre muitos outros, do problema da leitura e da escrita. Não da leitura de palavras e de sua escrita em si próprias, como se lê-las e escrevê-las não implicasse uma outra leitura, prévia e concomitante àquela, a leitura da realidade mesma.
·        Do ponto de vista critico, é tão impossível negar a natureza política do processo educativo quanto negar o caráter educativo do ato político.
·        A educação reproduz a ideologia dominante, é certo, mas não faz apenas isto. Nem mesmo em sociedades altamente modernizadas, com classes dominantes realmente competentes e conscientes do papel da educação, ela é apenas reprodutora da ideologia daquelas classes.
·        Nem sempre, infelizmente, muitos de nós, educadoras e educadores que proclamamos uma opção democrática, temos uma prática em coerência com o nosso discurso avançado.
·        Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora, significa reconhecer nos outros - não importa se alfabetizandos ou participantes de cursos universitários; se alunos de escolas do primeiro grau ou se membros de uma assembléia popular - o direito de dizer a sua palavra.
·        Só educadoras e educadores autoritários negam a solidariedade entre o ato de educar e o ato de serem educados pelos educandos; só eles separam o ato de ensinar do de aprender, de tal modo que ensina quem se supõe sabendo e aprende quem é tido como quem nada sabe.
·        Para que a afirmação “quem sabe, ensina a quem não sabe” se recupere de seu caráter autoritário, é preciso que quem sabe saiba sobretudo que ninguém ache tudo e que ninguém tudo ignora. O educador, como quem sabe, precisa reconhecer, primeiro, nos educandos em processo de saber mais, os sujeitos, com ele, deste processo e não pacientes acomodados; segundo, reconhecer que o conhecimento não é um dado aí, algo imobilizado, concluído, terminado, a ser transferido por quem o adquiriu a quem ainda não o possui.
·        Fazer a História é estar presente nela e não simplesmente nela estar representado9. Pobre do povo que aceita, passivamente, sem o mais mínimo sinal de inquietação.
·        Na medida em que a reconstrução nacional é a continuidade da luta anterior, do esforço anterior em busca da independência, é absolutamente indispensável que o povo todo assuma, em níveis diferentes, mas todos importantes, a tarefa de refazer a sua sociedade, refazendo-se a si mesmo também.
·        A alfabetização de adultos enquanto ato político e ato de conhecimento, comprometida com o processo de aprendizagem da escrita e da feitura da palavra, simultaneamente com a “leitura” e a “reescrita” da realidade, e a pós-alfabetização, enquanto continuidade aprofundada do mesmo ato de conhecimento iniciado na alfabetização, de um lado, são expressões da reconstrução nacional em marcha; de outro, práticas a impulsionadoras da reconstrução.
·  Na etapa da alfabetização, o que se pretende não é ainda uma compreensão profunda da realidade que se está analisando, mas desenvolver aquela posição curiosa referida acima; estimular a capacidade critica dos alfabetizandos enquanto sujeitos do conhecimento, desafiados pelo objeto a ser conhecido.
·    O trabalho que transforma nem sempre dignifica os homens e as mulheres. Só o trabalho livre nos dá valor. Só o trabalho com o qual estamos contribuindo para a criação de uma sociedade justa, sem exploradores nem explorados, nos dignifica.
·        O que é uma sociedade sem exploradores nem explorados? É a sociedade em que nenhum homem, nenhuma mulher, nenhum grupo de pessoas, nenhuma classe explora a força de trabalho dos outros. É a sociedade em que não há privilégios para os que trabalham com a caneta e só obrigações para os que trabalham com as mãos, nas oças e nas fábricas. Todos são trabalhadores a serviço do bem de todos.


Resenha Escritores da Liberdade


RESENHA DO FILME OS ESCRITORES DA LIBERDADE


O filme inicia com uma guerra de gangues em bairros pobres causados pelo preconceito racial. Surge uma professora iniciante na Escola Wilson High School  com muitas expectativas para os seus alunos e com a sua função na escola, porém essa empolgação não é deixada de lado ao entrar na sala e perceber que todos os alunos não atendiam ao modelo por ela idealizado, tornando frustrante os primeiros encontros em sala de aula, os quais foram marcadas por brigas entre colegas, descaso dos alunos para com a sua pessoa e muitas insatisfações.
A professora encontra diversas dificuldades  na escola, ora pela direção e professores, ora por alunos que a rejeitam por ser branca e achar que ela é só mais uma em meio aos outros, ao ponto de deixá-la sozinha em sala de aula.
Tenta agradar os alunos levando uma música que trazia realidade deles, os alunos se identificaram com a música mas foram resistentes, posteriormente fizeram um desenho, o qual gerou vários risos deixando a professora a principio sem reação, questionou sobre o desenho e  quem o desenhou dizendo que tinha dom para arte, através desse desenho a professora sensibilizou os alunos com questionamentos sobre o que queriam para as suas vidas, tais perguntas deixaram os alunos reflexivos deixando a sozinha quando o sinal toca.
Após reflexão também pela professora ela sugere  uma dinâmica da “ linha” no chão da aula, em que eles são convidados a se aproximarem dela a partir de perguntas propostas conquistando a confiança da turma. A partir disso cria uma nova metodologia de trabalho que seria a escrita de um diário, em que os alunos escreveriam o que tivesse vontade e caso quisesse compartilhar seus relatos deixassem em um armário. A professora se surpreende com tantos diários e passa a ler um por um conhecendo assim o perfil de todos os seus alunos. Adotou com isso um projeto de leitura baseada no livro “O diário de Anne Frank”, todos os alunos liam o livro e registravam em seu diário tudo que sentia vontade.
Com toda essa leitura a turma começou a tratar a professora com carinho e respeito a ponto de querê-la como professora nos próximos anos.
Percebemos que a professora consegue mostrar aos alunos que os impedimentos e situações de exclusão e preconceito podem afetar a todos independente da cor da pele e luta para tentar incluí-los em um processo educacional em que eles possam ser atuantes, agentes de suas ações a fim de que  uma nova  sociedade possa ser reconstruída tendo eles como integrantes principais.
Nesse sentido, o filme “Escritores da Liberdade” precisa ser observado por todos nós educadores com um olhar voltado para o nosso papel em sala de aula e qual a nossa função na transformação e no processo de inclusão dos alunos em uma sociedade.

Um texto para chamar de seu



 Resumo 

O capítulo 4 aponta várias facetas de leitor que devemos sempre ter em mente ao compor nosso trabalho, deixa claro que o autor não pode se esquecer de que ele é também um de seus leitores e se assim fizermos podemos rever, retomar, e mais: aprender com nossas próprias palavras porque a escrita surpreende. Porém nem sempre é fácil usufruirmos dessa possibilidade, pois não raras vezes nos transformamos em um leitor extremamente rígido, num verdadeiro  tirano a exigir perfeição acima de tudo, sempre pronto a nos acusar de pouco aprofundamento, de incapacidade de ir além. O autor acaba se afastando do próprio texto, ou então evita relê-lo, perdendo a chance de torná-lo mais bem acabado. Percebe-se que há também autores que releem o texto, porém o fazem de tal maneira que não enxergam as falhas, simplesmente não conseguem entrar em contato com as palavras materializadas diante de si e seguem acreditando ter dito algo que na realidade, ainda não disseram. Sabemos que há um risco na releitura que vários autores relataram que é o de decorar o texto, que se torna um problema, pois dificulta a localização de problemas, as reformulações, os acréscimos necessários, já que, assim que começa a reler, o autor-leitor excessivamente apegado às próprias palavras já adivinha a sequência do fluxo verbal para isso uma estratégia possível é oferecer a cria a outro leitor de confiança que possa dar outra visão do texto. O autor é seu próprio leitor e para isso é preciso observar nas releituras tanto os aspectos positivos quanto os negativos, ou seja, tanto os trechos que ainda precisam ser trabalhados, pois ainda não correspondem ao que você pretende dizer, como aqueles que já estão finalizados, ou seja, mais próximos do seu pensar, e se não conseguimos mais avaliar o texto, é preciso distanciar-se dele por algum tempo e entregá-lo a um leitor de nossa confiança. Toda  pessoa que tem dedicação e amor ao seu texto, descobre nele inúmeras possibilidades de escrevê-lo e assim torna-se  apaixonado durante todo o decorrer de seu trabalho, porque o que faz com que o trabalhe ganhe em acabamento é a disposição do autor em dele se aproximar amorosamente, buscando suas qualidades, permitindo-se comemorá-las, bem como identificando suas falhas, permitindo-se, passando o sentimento de desânimo, ou a procura indignada por culpados, superá-las. È preciso tomar cuidado com o resumo, experimentar o poder de síntese. Não se alongar, mas também não se esquecer de seduzir o leitor contando da abrangência e pertinência de seu trabalho. Ao fazermos a segunda releitura é preciso estar atentos se não há repetições de estruturas gramaticais, evitar excessos porque torna o texto lento e processual em momentos nos quais você pode e deve ser mais dinâmico, e o excesso de erros de um gênero  pode menosprezar a riqueza  de seu trabalho prejudicando o entendimento do conteúdo de suas idéias. Poucos erros de português não dificultam o entendimento do texto desde que ele esteja bem articulado, se isso ocorrer elabore erratas, porque é uma maneira de antecipar possíveis criticas. È preciso estar atento de que não existe necessariamente correspondências entre pausas da oralidade e sinais gráficos e que há mitos do bem escrever que acabam comprometendo o que se quer dizer. Diante de uma terceira releitura é preciso estar atento ao padrão de citações, pois estamos na esfera de construção de conhecimentos, portanto o, leitor precisa ter livre acesso a informações precisas do caminho percorrido na revisão de literatura, sendo fundamental oferecer ao leitor informações históricas, ainda é necessário estar atenta se não há mudanças desnecessárias de pessoa no decorrer do texto, a repetições de idéias, frase ou citações e as convenções acertadas com o orientador. È imprescindível a leitura  do texto por outras pessoas que não conhecem nada de sua área de atuação porque são elas que lembram você de colocar as notas de rodapé para completar informações, ou parênteses com o nome completo das siglas, que porventura, você fez referencia.  Todo bom leitor ativo procura em suas leituras cotidianas não só se  ater aos conteúdos dos textos, mas também à maneira como são apresentados, e identificar os autores de sua preferência recursos que utilizam intencionalmente para compartilhar ideias. Ao elaborar um texto passa-se por muita dificuldade, muita angústia e principalmente pelos conflitos próprios do escrever. É um texto extremamente necessário para todo acadêmico cheio de dúvidas que está no impasse com a escrita de seu texto, é de fácil compreensão, aborda uma linguagem característica de que gosta de escrever, além de sugeri livros para evitar erros primários, no entanto, nos desmotiva quando nos pede para abandonar o texto quando achamos que ele já não pode ser mais avaliado por nós mesmos, acredito ser difícil abandonar mesmo que por pouco tempo aquilo que aprendemos a amar, no caso, o texto produzido, o interessante seria sempre as releituras, cada vez que uma nova leitura é feita, mais detalhes descobrimos sobre o que escrevemos.


PERROTTA, Cláudia. Um texto para chamar de seu: preliminares sobre a produção do texto acadêmico. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Tecnologia


A necessidade de expressão de sentimentos e opiniões nos acompanha desde os tempos remotos viabilizando a comunicação entre os seus semelhantes, sendo necessário o uso da tecnologia de inteligência, essa tecnologia é imaterial porque não existe como máquina, mas como linguagem que é utilizada em tempos e espaços diferentes desenvolvidas através de processos e produtos.
O processo de produção industrial da informação trouxe nova realidade porque surgiram profissões que tem como foco de ação a comunicação de informação e entretenimento citando, por exemplo, os meios de comunicação de massa, que são aqueles que atingem várias pessoas ao mesmo tempo.
Esse avanço tecnológico garantiu novas formas de uso da informação e comunicação ampliando assim nossas formas de linguagem, diante disso temos:
a)    A linguagem oral como construção particular de cada grupo feita através de signos para a comunicação e aprendizagem dos membros do mesmo grupo. A fala é vista como meio para facilitar e possibilitar o estabelecimento de diálogos nessas transmissões de informações, dando origem aos idiomas. A fala como uso regular define a cultura e a forma de transmissão de conhecimentos de um povo que nomeia, define e delimita o mundo a sua volta criando uma concepção de espaço e tempo.
b)    A criação e o uso da escrita surgiram quando os homens deixaram de ser nômades e passaram a ocupar de forma mais permanente um espaço, deixando assim a sociedade oral que predominava a repetição e a memorização como única forma de aquisição de conhecimento. Temos como um dos primeiros registros gráficos a escrita encontradas em paredes de cavernas, ossos, pedras e pele de animais, que assim como outros foram ferramentas antes de surgir o papel. Posteriormente surgiu o papiro e mais tarde o pergaminho, muito usado por nobres para o registro de seus bens.
A tecnologia da escrita, interiorizada como comportamento humano interage com o pensamento, libertando-o da obrigatoriedade de memorização permanente. A tecnologia da escrita, torna-se uma ferramenta para a  comunicação, a pessoa que escreve e que lê, ela interpreta o escrito, auxilia o pensamento e possibilita a exposição de suas idéias e amplia sua capacidade de reflexão.
c) A linguagem digital é considerada como terceira e articula-se com as tecnologias eletrônicas de informações, é também a nova forma de comunicação utilizada pela juventude de nosso país. É uma linguagem simples, baseada em códigos binários, linguagem de síntese que engloba aspectos da oralidade e da escrita em novos contextos. Tem por base os hipertextos, que é uma evolução do texto linear na forma como o conhecemos e a hipermídia, que é um documento em forma de mídia. Ambas reconfiguram as formas como lemos e acessamos as informações.

Funções sociais da escola


                                  
RESUMO DESCRITIVO   
                                  
REFERÊNCIA: SACRISTAN, J. Gimeno. As funções sociais da escola: da reprodução à reconstrução crítica do conhecimento e da experiência in SACRISTIAN, J. Gimeno e GOMEZ, A./ Perez. Compreender e transformar o ensino; trad Ernani F. da Fonseca Rosa; 4ª edição – Artmed, 1998

A educação cumpre uma evidente  função de socialização, desde que a configuração social da espécie se transforma em um fator decisivo da  humanização do homem porque a espécie humana elabora instrumentos, artefatos, costumes, normas, códigos de comunicação e convivência como mecanismos imprescindíveis para a sobrevivência. Esse meio de aquisição por parte das novas gerações das conquistas sociais costuma denominar-se genericamente como processo de educação. A preparação das novas gerações para sua participação no mundo do trabalho e na vida pública requer a intervenção de instâncias específicas como a escola cuja função é atender e canalizar o processo de socialização, que por seus sistemas de organização, introduz nos alunos em etapas, mas progressivamente, as idéias, os conhecimentos, as concepções, as disposições e os modos de conduta que a sociedade adulta requer. Desde o surgimento das sociedades industriais, a sociedade delega e encarrega à escola a função da  incorporação futura ao mundo do trabalho, porém não é fácil definir o que significa, em termos de conhecimentos, disposições, habilidades e atitudes, preparar os alunos para sua incorporação não conflitante no mundo do trabalho, especialmente em sociedades pós-industriais, nas quais emergem diferentes postos de trabalho autônomos ou assalariados e nas quais o desenvolvimento econômico requer mudanças aceleradas nas características do mercado de trabalho até porque a escola ainda possui outra função que é a formação do cidadão para sua intervenção na vida pública, e assume no sentido de socialização a idéia de que é igual para todos e de que, portanto, cada um chega onde suas capacidades e seu trabalho pessoal lhes permitem. Ela também cumpre a função de impor a ideologia dominante na comunidade social mediante um processo mais ou menos aberto e explícito de transmissão de idéias e comunicação de mensagens, seleção e organização de conteúdos de aprendizagem. Sendo assim, para compreender a extensão, a complexidade e a especificidade dos mecanismos de socialização na escola se requer uma análise exaustiva das fontes e fatores explícitos ou latentes, acadêmicos ou sociais, que exercem influência relevante na configuração do pensamento e ação dos alunos. É preciso aceitar que a contradição entre aparências formais e realidades factuais faz parte do próprio processo de socialização na vida escolar, na qual, sob a ideologia da igualdade de oportunidades numa escola comum para todos, se desenvolve lenta, mas decisivamente o processo de classificação, de exclusão das minorias e do posicionamento diferenciado para o mundo do trabalho e da participação social. È fato que o conhecimento nos diferentes âmbitos do saber é uma poderosa ferramenta para analisar e compreender as características, os determinantes e as conseqüências do complexo processo de socialização reprodutora. Com este objetivo, deve-se substituir a lógica da homogeneidade, imperante na escola, com diferentes matizes, desde sua configuração, pela lógica da diversidade porque igualdade de oportunidade não é um objetivo ao alcance da escola. Assim, o desafio educativo da escola contemporânea é atenuar, em parte, os efeitos da desigualdade e preparar cada individuo para lutar e se defender, nas melhores condições possíveis, no cenário social.

Palavras chaves:  educação, sociedade, escola, transformação
           

quinta-feira, novembro 22, 2018

Educação Aberta

O termo educação aberta é usado atualmente no contexto dos chamados Recursos Educacionais Abertos e trazem novas práticas de ensino-aprendizagem que se popularizaram com o surgimento e crescimento das tecnologias educacionais. Esse termo é utilizado em contextos diferentes envolvendo diversas práticas, sendo algumas mais tradicionais e outras mais recentes, de modo que a utilização desses recursos educacionais abertos é mais uma maneira de se fazer educação aberta.
Lewis e Spencer (1986) definiram a educação aberta como um termo utilizado para descrever cursos flexíveis que são desenvolvidos para atender necessidades individuais; objetivando remover as barreiras de acesso à educação tradicional, e sugerem uma filosofia de aprendizagem centrada no aluno.
Gourley e Lane (2009) apontam dois fatores que contribuíram imensamente para oferecer novas maneiras de como o usuário pode interagir com o conteúdo em educação aberta. Esses fatores são, em primeiro lugar, o progresso  da tecnologia na transformação de plataformas unilaterais de provisão de conteúdo em plataformas multidirecionais, interativas e colaborativas; e ainda nesse âmbito tecnológico, a ubiquidade da internet e a sofisticação da telefonia moderna, que permitiram que a aprendizagem aberta se tornasse algo global. Em segundo lugar, a emergência de novas formas de licenciamento para conteúdo digital, que abriu novos horizontes para a distribuição e a utilização de materiais educacionais.
A era das comunicações em rede  permite uma melhoria na  educação quando define o cenário para uma cultura de aprendizado necessária. Na era digital, as comunidades se auto-organizaram ao redor da internet, criando  uma “plataforma” global com acesso vastamente expandido para todos os tipos de recursos,  incluindo materiais educacionais formais e informais. A internet também  adotou uma nova cultura de compartilhamento, no qual o conteúdo é livremente contribuído e distribuído com poucas restrições.
Uma das evoluções da internet é a chamada Web 2.0,  que desviou a atenção do acesso à informação para o acesso a outras pessoas. Novos tipos de recursos on-line – como sites de redes sociais, blogs, wikis e comunidades virtuais – têm permitido que as pessoas com interesses comuns possam se encontrar, compartilhar ideias e colaborar de forma inovadora. Assim Web 2.0 criou um novo tipo de mídia participativa para apoiar múltiplos modos de aprendizagem. Dois desses incluem a aprendizagem social, com base na premissa de que nossa compreensão do conteúdo é socialmente construída através de conversas sobre esse conteúdo e através de interações em torno de problemas ou ações. O foco não é tanto sobre o que aprender, mas em como nós aprendemos.



ECOSSISTEMAS DIGITAIS, TECNOLOGIAS E COMPETÊNCIAS DE APRENDIZAGEM

A aprendizagem ao longo da vida assume uma relevância cada vez maior, uma aliança entre contextos formais e informais de aprendizagem, potencializados pela tecnologia, conectando os indivíduos, criando redes dinâmicas e ecológicas capazes de responder aos desafios da sociedade e dos seus ecossistemas digitais.
As “novas” sociedades de conhecimento necessitam de sistemas educacionais, onde as salas de aula estejam conectadas a instrumentos e redes de conhecimento sempre atualizados, pois a relação entre professor e estudante está a transformar-se num ecossistema de conhecimento, estendendo-se  ao longo da vida do estudante, sendo preciso criar e manter recursos humanos capazes de melhorar a competitividade da sua organização, por meio da aplicação do seu conhecimento.
Associado ao campo educativo, e com a disseminação das tecnologias e o crescente acesso à internet, o termo ecossistemas digitais online de aprendizagem vem ganhando  um significado cada vez mais relevante. Segundo Wilkinson, a arquitetura fundamental de um ecossistema desta natureza deve possuir os seguintes elementos:
a) uma taxonomia de conteúdos partilhada;
b) sistemas de gestão de aprendizagem (LMS — Learning Management Systems);
c) sistemas de gestão de conteúdos de aprendizagem (LCMS — Learning Content Management Systems);
d) repositórios de objetos de aprendizagem;
e) sistemas de integração e gestão de fluxo de trabalho (workflow);
f) motores de avaliação (Assessment Engine);
g) motores de simulação e jogos (Game Engine);
h) ferramentas de colaboração e discussão; e
i) elementos de suporte e orientação (2002).
O desenvolvimento de ecossistemas constituídos por ambientes de aprendizagem complementares baseados no conceito de Ecologia requer uma mudança significativa na forma de pensar o ato educativo. O desafio é criar ambientes férteis, dinâmicos, vivos e diversificados onde as atividades de aprendizagem, o conhecimento e as ideias possam nascer, crescer e evoluir. E, para isso, é necessária uma abordagem que não se limite a considerar apenas os aspetos tecnológicos relacionados com uma aprendizagem via web, mas que privilegiem uma abordagem ecológica, integrada e holística, em suma uma abordagem que privilegie uma visão blended da aprendizagem.
Nesses ecossistemas, os fatores bióticos são as comunidades de aprendizagem, que são os professores, os tutores, os estudantes, os conteúdos que representam a parte viva do sistema. Por sua vez, as tecnologias ou as ferramentas de aprendizagem representam os fatores abióticos, as partes não vivas do ecossistema. As fronteiras dos ambientes de aprendizagem, em analogia às fronteiras de um sistema biológico, definem os limites do ecossistema de aprendizagem, sendo que estes são determinados por influências internas, tais como a construção do conhecimento no seu seio, os objetivos educacionais, as atividades de aprendizagem e por influências externas, tais como aspetos sociais e culturais. Como num sistema biológico, os elementos da comunidade podem formar grupos espontaneamente, podendo interagir uns com os outros.

MOREIRA, Antonio. Reconfigurando ecossistemas digitais de aprendizagem com tecnologias audiovisuais. Unirede: Revista de Educação a Distância. Vol.5. Jan. 2018.

9 dicas para professores escolherem recursos educacionais tecnólogicos

Pode ser divertido, gratuito, mas sempre existe o risco daquele aplicativo que ganha até um tempo de aula privilegiado não surtir o resultado prometido para melhora do aprendizado. Para evitar que educadores caiam em “armadilhas pedagógicas”, o CIEB (Centro para a Inovação da Educação Brasileira) lançou a publicação “Orientações para Seleção e Avaliação de Conteúdos e Recursos Digitais” (clique para baixar), um novo volume de sua série de notas técnicas, para falar sobre o tema diretamente com quem está na ponta do processo. Trata-se de um documento preparado pela instituição para contribuir com o debate público sobre inovação na educação.
Como publicado pelo Porvir no guia Tecnologia na Educação, a tecnologia permite acesso a uma infinidade de recursos que podem ser usados no processo de ensino e aprendizagem. Para avançar na discussão, o documento do CIEB reforça que é preciso que professores tenham a competência para selecionar os conteúdos e ferramentas mais relevantes para seus alunos. Eles devem ainda estar alinhados aos objetivos de aprendizagem previstos no currículo, ter consistência e fidedignidade, além de serem simples e intuitivos, para que seu aprendizado de uso não impacte o processo de aprendizado do conteúdo.
Levando em conta esses parâmetros, o documento elenca 9 fatores que devem ser levados em conta ao longo do processo de seleção:
1) O conteúdo possui alinhamento com o currículo?
Aqui o professor precisa definir previamente o conteúdo pedagógico para o qual necessita dos recursos e delimitar os objetivos de aprendizagem que deseja alcançar. Feito isso, ele deve analisar se o recurso atende claramente aos objetivos, se está adequado ao público-alvo, se é relevante, preciso e confiável. Por fim, é preciso olhar se as atividades fazem sentido para os objetivos traçados.

2) O conteúdo é de qualidade e adequado ao propósito?
Para responder a essa questão, o professor deve verificar se o conteúdo é central e relevante dentro da experiência de aprendizagem. Objetos como imagens, áudio e vídeos devem ser adequados ao público e ao contexto de uso. Eles também devem ser de qualidade gráfica e sonora que permitam fácil entendimento nas diferentes plataformas. O documento do CIEB alerta, ainda, que devem ser evitados recursos com conteúdos com parcialidade política, religiosa ou étnica, preconceitos, material ofensivo ou omissões.

3) Possibilita métodos pedagógicos inovadores, promovendo engajamento e facilitando o aprendizado?
Um dos benefícios dos conteúdos digitais é a grande variedade de tipos (texto, áudio, vídeo, imagens, páginas de internet interativas, aplicativos e jogos), que oferecem múltiplas oportunidades de escolha para aprender. O professor é quem deve planejar a melhor forma de aproveitar essa diversidade, baseado no perfil dos alunos. Isso pode acontecer por meio de métodos como ensino híbrido, sala de aula invertida, ensino adaptativo, aprendizado através de desafios, projetos, aprendizado personalizado, dentre outros. Na seção glossário, do Porvir, você encontra a definição de cada uma dessas estratégias.

4) Possui formas efetivas de avaliar o aprendizado?
Um recurso educacional deve mostrar se aluno conseguiu ou não alcançar os objetivos de aprendizagem propostos. Isso pode ser feito através de pequenas atividades incorporadas em diferentes etapas, de uma avaliação informal ao final, de uma autoavaliação ou através de atividades em pares e em grupos. Também é possível fazer uma avaliação formal, que mede o nível de desenvolvimento alcançado pelo aluno durante e/ou após o uso do recurso em comparação ao seu conhecimento prévio.

5) É fácil de usar?
Um bom recurso não deve demandar manuais ou orientações para ser usado. Além disso, o tempo que os alunos precisam se dedicar para entender como ele funciona não pode ser maior do que aquele requerido para aprender o conteúdo pedagógico. Uma recurso com boa usabilidade tem imagens e ícones que seguem convenções. Ele deve funcionar de maneira consistente em diferentes dispositivos e ter design agradável.

6) Funciona com os sistemas disponíveis na sua rede/escola?
É indispensável que o professor conheça os sistemas de sua rede ou escola, principalmente o Ambiente Virtual de Aprendizado (caso exista), porque tanto o uso do recurso quanto o acesso aos resultados das atividades depende dessa integração.

7) A infraestrutura disponível em sua rede/escola é suficiente para o uso do recurso?
É importante que o professor conheça as tecnologias presentes em sua rede/escola, saiba quais são as mais usadas pelos alunos e verifique se os requisitos mínimos do recurso, ou tecnologias suportadas por ele, estão sendo atendidos. Entre outros fatores, ele deve se atentar para: o tipo de dispositivo (computador, tablet ou smartphone); velocidade da conexão com a internet da escola e dos alunos; sistema operacional (iOS, Android, Windows, MAC…); navegador (Internet Explorer, Chrome, Firefox…); disponibilidade de softwares (Word, Excel…); e tamanhos de tela (resolução). No caso de plataformas que rodam online, o educador ainda pode verificar se também existe possibilidade de uso off-line, se a conexão da escola não for suficiente. Também é importante verificar as garantias de segurança e políticas de privacidade relativas aos dados dos usuários e se elas não violam os dados e a privacidade dos alunos.

8) Possui funcionalidades para inclusão e acessibilidade?
Aqui o professor deve verificar se o recurso possui funcionalidades que atendem o uso por alunos com deficiência. As necessidades podem variar, mas pode-se destacar características como: interfaces simples, fáceis de usar, com possibilidade de adaptar o tamanho das fontes, cores de letras e fundo de tela, legendas ou áudio opcional de todo o conteúdo, incluindo descrição de imagens, além de guia de uso para alunos.

9) Busque referência e compartilhe
O professor deve buscar referências sobre a reputação do autor, da instituição ou empresa que está fornecendo o recurso, pois elas podem funcionar como um indicador importante de qualidade. Caso não haja referências, será necessário procurar outros recursos do mesmo autor, instituição ou empresa. Ele pode conversar com outros professores que já utilizaram – isso ajuda a entender os principais pontos fortes e fracos do recurso e do fornecedor.



fonte:http://porvir.org/9-dicas-para-professores-escolherem-recursos-educacionais-digitais/

Desafios nas redes sociais

A aprendizagem em espaços virtuais, como por exemplo, as redes sociais constitui um enorme desafio para a sociedade digital, na medida em q...