Introdução
O Colégio Municipal Nossa
Senhora do Carmo abriga em sua maioria alunos da zona rural do município, no
total são 330 alunos durante este ano letivo. A faixa etária dos alunos é entre
10 e 18 com predominância entre 13 e 14 anos. Quanto ao nível socioeconômico
dos alunos, a grande maioria é bastante carente, já que o município dispõe de
poucas oportunidades de emprego, os alunos moram em localidades distantes da
sede e as famílias necessitam de auxilio da assistência social. As famílias dos
alunos participam das atividades desenvolvidas na escola, de reuniões de pais e
mestres e a maioria acompanha a vida escolar dos filhos. Por ser um município
pequeno, a direção e professores conhecem as famílias dos estudantes, facilitando
o diálogo entre escola e comunidade.
Em relação aos fatores de
proteção da escola citamos a relação da escola com a comunidade, os pais são
presentes nas atividades desenvolvidas pela escola. Os fatores de risco que
apontamos é a falta de um espaço para lazer tanto na escola quanto na cidade.
É por saber que os pais ou
responsáveis dos nossos alunos veem a escola com bons olhos e na grande adesão
das famílias para a conscientização do presente projeto acreditamos que eles têm
conhecimento e podem compartilhar com toda a comunidade escolar.
O alcoolismo foi e continua sendo
um grande problema de saúde pública e como qualquer outra droga, o álcool
provoca alterações no sistema nervoso, modificando comportamentos, produzindo
prazer momentâneo e tornando o usuário dependente. O consumo de drogas lícitas
no cotidiano cultural das pessoas tem permeado o cenário de nosso convívio.
Neste cenário, encontram-se os
adolescentes participando deste consumo sem dar-se conta que o álcool é uma das
drogas lícitas mais potentes consumida entre os jovens. Interessante salientar
que o indivíduo, nesse caso o adolescente, necessita ser instrumentalizado e
alertado para as consequências que o álcool provoca no organismo, se ingerido
em excesso, pois, além dos acidentes de carro, espancamentos e outros, o álcool
também provoca doenças. Nesse sentido, intervenções educativas se fazem
necessárias de forma precoce, visando minimizar ou interromper esse processo de
autodestruição. Sabemos que a escola não é suprema, porém tem o papel de
informar, instigar, provocar e não se omitir, instrumentalizando os adolescentes
por meio de dinâmicas de grupo, palestras e histórias em quadrinhos, como
conviver com drogas lícitas, buscando envolver os pais destes e, identificar
riscos à saúde provocados pelo consumo do álcool e os motivos que levam os
adolescentes a ingerir bebidas alcoólicas.
Pretende-se com o projeto mobilizar a todos
que enxergam na educação o caminho para o conhecimento e a mudança e entendem
que a escola não caminha isolada, mas com o apoio das famílias, da comunidade,
da Assistência social e dos profissionais de saúde.
Aspectos
teóricos
O alcoolismo é definido como a
ingestão de bebidas alcoólicas de forma continuada causando prejuízo emocional,
social e físico ao indivíduo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é
uma doença de natureza complexa, na qual o álcool atua como fator determinante
sobre causas psicossomáticas preexistentes no indivíduo e o tratamento requer
uma busca a processos profiláticos e terapêuticos de grande amplitude (TWERSKI,
1987).
O alcoolismo foi e continua sendo
um grande problema de saúde pública, capaz de afetar todos os aspectos da
conduta humana, constituindo-se em uma doença herdada com diferentes
probabilidades de expressão aos descendentes (D’ ALBUQUERQUE; SILVA,1990).
O consumo de drogas lícitas no
cotidiano cultural das pessoas tem permeado o cenário de nosso convívio. Neste
cenário, encontram-se os adolescentes participando deste consumo sem dar-se
conta que o álcool é uma das drogas lícita mais potente consumida entre os
jovens.
Como qualquer outra droga, o
álcool provoca alterações no sistema nervoso, modificando o comportamento da
pessoa, produzindo prazer momentâneo e tornando o usuário dependente, fato que
geralmente se inicia na infância ou adolescência. A sociedade tem um conceito
muito positivo sobre a bebida e a publicidade explora a propaganda,
associando-a a alegria, à sensualidade, geralmente as propagandas de bebida
apresentam mulheres bonitas, saudáveis, bem sucedidas, sugerindo sucesso.
A prevenção do uso de substâncias
lícitas, o oferecimento de ambiente familiar saudável e a educação adequada aos
filhos revestem-se de uma importância primordial. Uma das responsabilidades da
família consiste em educar os filhos, inculcando-lhes valores espirituais e
morais e ensinando-lhes a enfrentar a dura realidade da vida.
Rossato; Zuse (2000), comentam
que o álcool faz parte do rol das drogas lícitas junto com a automedicação, o
tabaco, entre outras. Por ser uma droga socialmente aceita e estimulada por
diversas culturas, torna-se difícil o entendimento do alcoolismo como uma
doença para o indivíduo envolvido, a família e profissionais de saúde. Por esta
razão, é frequente a família buscar atendimento médico ou especializado somente
em casos de agitações, agressões e complicações clínicas e ainda acontece que,
em muitos destes casos, são tratadas as causas imediatas, sendo ignorada a
casualidade primária.
Silva (1998), relata que para cada alcoolista no Brasil,
existe em torno de cinco a dez pessoas sofrendo os efeitos da doença, sendo que
as primeiras consequências atingem aos familiares, ampliando-se para as
relações sociais, econômicas, culturais, intelectuais, emocionais e biológicas.
O impacto na família manifesta-se principalmente pela ruptura e desorganização
das relações interpessoais com prejuízo no desenvolvimento das pessoas, da
qualidade de vida e saúde dos que convivem com o problema.
É importante salientar que,
abstendo-se de usar álcool, os pais podem oferecer um exemplo que terá grande
influência sobre a atitude de seus filhos a esse respeito. O amor e a unidade
no seio de uma família que procura ter boas relações podem transformar-se na
força motriz de um enfoque positivo e dinâmico da vida e de seus problemas; os
filhos destas famílias aprendem que o consumo de álcool não é aceitável e que a
superação das tensões da vida cotidiana é parte da experiência humana estando
associada ao desenvolvimento e à maturidade pessoal.
Não importa por onde se começa a
usar o álcool, e quais foram as percepções agrupadas e / ou as repercussões
provocadas, o que está em jogo no seu uso, de acordo com Inem; Acselrad (1993,
p. 95) diz respeito ao seguinte:
[...] as
características psicológicas dos sujeitos que se tornarão dependentes; o
contexto sócio-cultural e familiar onde estas pessoas estão inseridas; as diferentes
capacidades que têm os sujeitos de adaptações e modificações de suas condutas;
a droga que foi eleita pelo sujeito como sua droga preferencial.
Assim, a sociedade tem a
responsabilidade de oferecer oportunidades para estimular e fomentar a
criatividade e o trabalho útil devendo agir como coadjuvante para que haja
menos substâncias disponíveis que levem à dependência para uso que não sejam
médicos ou científicos. Os meios de informação deveriam oferecer programas de
informação e de educação que ajudassem a prevenir o alcoolismo. Para os autores
citados acima, é fato prevalecente que a grande maioria dos jovens brasileiros
começa a ingerir substâncias alcoólicas em casa, posto que são substâncias mais
suportadas por suas famílias e/ou são hábitos destas, bem como são propaladas
pela mídia como hábitos de fino trato.
Sabemos que o uso de drogas
principalmente o álcool é um fenômeno sociocultural complexo, o que significa
dizer que sua presença em nossa sociedade não é simples e coloca importantes
desafios. Não só existem vários tipos de drogas, como também são diferentes os
efeitos por ela produzidos. Assim, seu uso e abuso devem ser compreendidos
levando se em conta o contexto em que a droga é usada, o momento da vida do
indivíduo que a consome e qual a relação que esse usuário estabelece com a
substância (BRASIL, 2008).
O uso de bebida alcoólica gera a
violência, para Dubet (2003:06), as condutas violentas ou percebidas como tais
pelos professores (às vezes associadas ao uso de drogas) põem em questão
a função socializadora
da escola, da civilização, como maneira de viver junto, de construir
disciplina, de compartilhar direitos e deveres. A violência e as desordens
escolares introduzem uma reflexão sobre a função cívica da escola nos contextos
em que ela se confronta com a exclusão.
Objetivo Geral
Fortalecer
a parceria comunidade-escola num trabalho de educação para a prevenção e
redução do uso de bebidas alcoólicas entre os adolescentes e dos problemas
decorrentes, em nossa cidade.
Objetivos
específicos
- Promover o interesse e
participação dos pais dos alunos nas ações e projetos da escola;
- Incentivar os alunos à
adoção de posturas e hábitos que valorizem uma vida saudável, por meio da
prática de esportes individuais e coletivos;
- Promover parcerias com
a Secretaria de Cultura e lazer e com a Secretaria de Saúde para realização de
eventos lúdicos.
- Organizar palestras e
orientações para os alunos da escola e para os pais deles sobre o álcool e a
importância da prevenção, visto que, a maioria dos casos de alcoolismo
inicia-se dentro do ambiente familiar.
- Promover um
espaço de discussão sobre as questões relacionadas à prevenção das drogas
principalmente o álcool vinculada ao desenvolvimento do protagonismo dos jovens
com foco na saúde e na prevenção.
- Fortalecer as ações
participativas dos pais na escola.
- Promover o
fortalecimento da relação pai/aluno por meio da realização de atividades
escolares.
- Alertar
o adolescente para as conseqüências que o álcool provoca no organismo,
principalmente em excesso.
Metodologia
O
projeto será desenvolvido em etapas que serão: divulgação para a comunidade
escolar, de parcerias entre as secretarias de Educação, de Cultura e lazer e a
de Saúde, sensibilização do projeto com os pais e os alunos, palestras,
atividades teatrais, utilização de filmes e vídeos além de outros
recursos tecnológicos como a internet para promover através de pesquisa, a
orientação, a prevenção e a conscientização contra o uso abusivo de drogas,
especificamente o álcool.
Será feito
"programas interativos", intervenções que teriam em comum a
utilização de técnicas didáticas que estimulam a participação ativa dos alunos
através de ginkanas, confecção de folders e jogos didáticos em que os alunos
serão os agentes multiplicadores dessas atividades.
Palestras com
profissionais de saúde e momentos em que os pais sejam os “palestrantes”, ou seja, que
eles possam interagir com outros pais através de relatos, dinâmicas, sendo os
condutores do evento.
Cronograma
Ações
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Responsável pela ação
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Recursos
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Duração da atividade
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·
Divulgação do projeto para os alunos.
(folder e cartazes).
·
Sensibilização através de
dinâmicas sobre o tema Alcoolismo
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Coordenadora da escola
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Data show, caixa amplificada e
microfone
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2 dias
2 h
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·
Construção de histórias
em quadrinhos com o tema O alcoolismo e seus efeitos sobre os adolescentes
·
Exposição das
histórias em quadrinhos
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Professores de Língua Portuguesa
|
Papel sulfite, caneta hidrocor,
lápis de cor
|
1 semana
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·
Análise de gráficos e tabelas
sobre o alcoolismo no Brasil
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Professores de Matemática
|
Data show, revistas e jornais
|
2 h
|
·
Discussão e Exposição de vários cartazes em sala de aula com
propagandas de bebida alcoólica, principalmente cerveja
|
Professores de Educação Artística
|
Revistas, jornais, cartolinas,
pincel atômico
|
2 h
|
·
Palestra “ Tema saúde e
qualidade de vida”
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Enfermeira
|
Data show, caixa amplificada e
microfone
|
1 h
|
·
Confeção
de folder com ilustrações sobre o
alcoolismo e frases
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Professores de Língua Estrangeira-
Inglês
|
Papel sulfite, caneta hidrocor, recortes de
revistas e jornais
|
2 h
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·
Leitura e discussão de Gibis
do programa DIGA SIM A VIDA
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Professores de História
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Os gibis
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1 semana
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·
Ginkana esportiva
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Professores de Educação Física
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Bolas, jogos didáticos, cordas,
bambolês
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1 dia
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·
Sessão de filme temático com debate e discussões.
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Todos os profissionais da escola
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Data show, caixa amplificada e
filme
|
2h
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·
Apresentação teatral sobre o
alcoolismo
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Alunos da escola
|
Papel metro, tnt, EVA, cola,
tesoura, tecidos diversos.
|
1 dia
|
Referências
BRASIL. Curso de Prevenção do Uso de Drogas para educadores de
escolas públicas / Secretaria Nacional Antidrogas, Ministério da Educação;
Brasília; 2008.
Bucher R. A abordagem preventiva. In: Bucher R,
organizador. As drogas e a vida. São Paulo: Pedagógica e Universitária; 1988.
p. 55-68.
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preventivas nas escolas. In: Seibel SD, Toscano Jr. A, organizadores.
Dependência de drogas. São Paulo: Atheneu; 2001
Costa ACLL, Gonçalves EC. A
sociedade, a escola e a família diante das drogas. In: Bucher R, organizador.
As drogas e a vida. São Paulo: Pedagógica e Universitária; 1988. p. 47-5
D’ALBUQUERQUE,
L.C. e Silva, Doença Hepática alcoólica. São Paulo: Savier, 1990.
DUBET, François. A escola e a exclusão.
Cadernos de Pesquisa. No. 119, jul. (p. 29-45), 2003.
INEM, C.;
ACSEIRAD, G. Drogas: uma visão contemporânea. Rio de Janeiro: Imago,
1993.
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mestrado.
Florianópolis: UFSC, 1998.
Silveira DX. Considerações sobre a
prevenção ao uso indevido de drogas. Rev ABP-APAL 1993.
TWERSKI, M.D. Como proceder com o alcoólatra. 2.ed.
São Paulo: Paulinas/ Reindal,1987.
WIEVIORKA, Michael. Em que mundo vivemos?
São Paulo: Perspectiva, 2006.
ZAGURY, Tânia. Escola sem conflito:
parceria com os pais. Editora Record, São Paulo, 2002.
ZUSE, A.S. Autonomia que a educação não tornou
consciência, resultou em dependência- alcoolismo. ( Dissertação de mestrado),
Santa Maria: UFSM, 1991