Justificativa
É
consenso geral na sociedade do conhecimento, que o ato de ler, entender,
interpretar, traduzir, decifrar, decodificar,
compreender é tema
de fundamental relevância e, devido sua
complexidade, do interesse de todos/todas, pois perpassa todas as disciplinas
e áreas. Porque, ler é uma coisa, ler e entender é outra. Ao refletirmos sobre
as imagens que vemos, devemos sempre considerar o caráter ideológico subjacente
e qual a ideia essencial que quer ser transmitida.
Tendo em
vista a amplitude do tema, é
preciso fazer considerações sobre o que
é leitura, o que é ler no contexto atual, já que muitas vezes ouvimos a
expressão: “Você não
fez a leitura”, ou
ainda, “não é essa a
leitura que eu faço”,
sobre determinada situação, objeto, assunto.
As imagens sempre existiram, mas, devido
aos avanços tecnológicos,
em nenhuma outra época a
humanidade viveu tão imersa em uma avalanche de imagens, informações e textos.
Em meio a essa poluição
comunicativa, o grande desafio
é saber como
selecionar e interpretar essas
imagens que nos são
colocadas, mesmo contra
nosso desejo. Somos cercados
por determinadas imagens, de todos
os tipos, imagens
que têm um
poder muito forte, que
dizem muito e que
falam por si mesmas
Desse
ponto de vista não se pode pensar a leitura da perspectiva tradicional, na qual
o ato de ler significava apenas a leitura de textos escritos, impressos ou não.
A definição de leitura é muito mais
ampla, já que ler não é só decifrar
palavras. Ler também pode ser
entender uma situação,
interpretar uma mensagem gráfica e outras decodificações de signos. Esse é um
dos fatores que
indicam que os
paradigmas estão em transição, que o paradigma tradicional mudou, sofreu uma
espécie de desmoronamento, o que resultou num novo paradigma, muito
mais amplo, multidimensional e que
a escola deve trabalhar transdisciplinarmente.
Sabemos
que a visão contemporânea de leitura abrange múltiplas linguagens, de modo que,
o ato de ler, em toda a sua complexidade, cada vez mais assume uma importância
singular. Antes mesmo de ser “alfabetizada”,
a criança já é capaz de “fazer
leituras” do que acontece ao seu
redor, de interpretar o olhar dos
adultos e entender se um gesto é
acolhedor ou não. Paulo Freire refletiu
sobre isso ao longo de sua obra, afirmando que, antes de ler palavras, lemos o
mundo, pois
“... se antes os
textos geralmente oferecidos
como leitura aos alunos
escondiam muito mais do que desvelavam a realidade, agora, pelo
contrário, a alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador e como
ato político é um esforço de leitura do mundo e da palavra”. (FREIRE,
1999,p.30)
Mais do que ver, "ler" uma obra
é lançar um olhar crítico e sensível sobre os textos e contextos da arte
brasileira e mundial, incentivando a investigação e o estudo da produção
acadêmica e da popular, da produção cultural do passado e da atualidade. Essa
leitura tem como finalidade o contraponto, o diálogo entre a
"verdade" da obra (o que o artista pensou ao criar a obra) e a
"verdade" de cada um que a interpreta.
Essas
diferentes imagens e obras levarão os alunos
a dialogar e interagir com as mesmas, as
quais gerarão todo o tipo de
discursos e de interpretações. Até porque, “Não explicamos as imagens,
explicamos comentários a respeito de imagens”. (MANGUEL, 2001, p.29)
Pretende-se
aqui através de uma
observação direta e participativa
e com a
finalidade de explorar e investigar mais profundamente o assunto,
essas atividades serão desenvolvidas,
onde professora e alunos/as, envolvidos com as imagens, irão o observar,
repensar e redescobrir significados,
analisando opiniões e depoimentos
também com relação
às cores, aos
temas, às mensagens, às intenções
do autor/a etc.
Objetivo Geral
Proporcionar aos
alunos/as o acesso
e o contato direto com
charges e fotografias, publicada em jornais, revistas e periódicos,
visando a leitura e a decodificação destas e também de outros suportes como
cartazes, estampas, outdoors,
tiras, quadrinhos, pinturas, desenhos, esculturas, peças de teatro,
dança, grafites, computador, televisão, filmes e clipes, entre outros.
Objetivos específicos
·
Refletir sobre
as imagens que estão no nosso cotidiano
·
Buscar iniciativas
de leitura fora da sala de aula
·
Questionar-se
sobre atitudes e comportamentos diante de imagens
·
Desenvolver
habilidades para a produção sobretudo de textos escritos, e eventualmente de
textos orais, de diferentes tipos e gêneros, adequados á situação comunicativa
·
Reconhecer a
organização tópica dos textos imagéticos, bem como sua tipologia
·
Compreender
aspectos da língua escrita, tais como ortografia e pontuação e sua relação com
a língua oral.
·
Reconhecer
recursos utilizados diferentemente em variantes lingüísticas distintas.
·
Oferecer ao
aluno mais oportunidades de leitura
·
Relatar de
maneira objetiva as imagens observadas
·
Compreender a
diferença entre os textos com linguagem verbal e não verbal e sua importância
no processo sócio-comunicativo.
Procedimentos
A
principal função da escola, que é de formar sujeitos sociais, implica garantir
uma ação educacional voltada para o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, da sua
capacidade de interpretar e produzir, para que
ele se torne capaz de ler e pronunciar o mundo. Para tanto, é
imprescindível que a ação pedagógica se desenvolva segundo uma prática que
contemple a utilização de uma metodologia de leitura diversificada, ou seja, os
materiais de apoio pedagógico devem constituir-se, sobretudo, dos diferentes
textos que circulam socialmente.
Uma
concepção de leitura que se distancia das tradicionais já fora proposta por
Paulo Freire, o qual defende que a leitura inicia na compreensão do texto.
Não existe um único caminho para ler ou
interpretar a arte. Você pode descobrir e criar muitos caminhos para
interpretá-la. Contudo, no encontro entre esses diferentes olhares estão alguns
aspectos que serão contemplados em todas as disciplinas tais como:
·
Elementos básicos ou contextos formais – São os recursos expressivos, como a
linha, a cor, o volume e a superfície. Eles dão forma a uma imagem.
·
Elementos secundários ou intelectuais – Os elementos básicos, organizados em
um determinado contexto adquirem um sentido compositivo: ritmo, equilíbrio, profundidade,
harmonia. Tal disposição configura uma ideia de tranquilidade, frio, calor,
dramaticidade, movimento.
·
Elementos vivenciais – São o título, o tema, a vida e a
obra do artista, a localização no tempo histórico e no espaço, simbologias,
acontecimentos importantes durante a criação da obra, a reflexão e a crítica.
Os
procedimentos metodológicos dar-se-á também através de: análises e comentários
de imagens observadas, reescrita, releitura através de desenhos, músicas,
paródias, teatro, histórias em quadrinhos, elaboração de placas,
Cronograma
01 de
junho a 30 de novembro
Recursos
Transparências,
retroprojetor, tv, computador, livro didático, outdoor, placas diversas,
revistas, gibis, cartolinas, barbantes, cola, pincel atômico
Avaliação
A
avaliação é uma etapa fundamental no processo ensino/aprendizagem pois
possibilita verificar em que medida houve progresso do aluno, face às metas e
aos objetivos de ensino/ aprendizagem propostos, e oferece subsídios para rever
ações metodológicas. Para isso deve ser um processo contínuo que aparece em
cada atividade pela observação do desempenho dos alunos, como raciocinam e se adquirem novas habilidades.
Assim, cada professor em sua disciplina buscará
avaliar os alunos tendo esses parâmetros e que primem pela leitura em duas atividades diárias.
Referencias
FREIRE,
Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 38.ed.
São Paulo: Cortez, 1999.
TRAVAGLIA,
Luiz Carlos, ROCHA, Maura Alves de
Freitas, FERNANDES, Vania Maria Bernandes Arruda. A aventura da linguagem. Dimensão.
Belo Horizonte. 2012.
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