domingo, novembro 03, 2013

PROJETO DE LEITURA - VIAJANDO NAS IMAGENS






Justificativa



É consenso geral na sociedade do conhecimento, que o ato de ler, entender, interpretar, traduzir, decifrar, decodificar,  compreender  é  tema  de  fundamental  relevância e, devido  sua  complexidade, do interesse de todos/todas, pois perpassa todas as disciplinas e áreas. Porque, ler é uma coisa, ler e entender é outra. Ao refletirmos sobre as imagens que vemos, devemos sempre considerar o caráter ideológico subjacente e qual a ideia essencial que quer ser transmitida.

Tendo  em  vista a amplitude  do  tema,  é preciso fazer   considerações sobre o que é leitura, o que é ler no contexto atual, já que muitas vezes ouvimos a expressão:  “Você  não  fez  a  leitura”, ou  ainda,  “não  é essa a  leitura  que eu  faço”,  sobre determinada situação, objeto, assunto.

As  imagens sempre existiram,  mas, devido  aos  avanços  tecnológicos,  em  nenhuma outra época a humanidade viveu tão imersa em uma avalanche de imagens, informações e textos. Em meio  a essa  poluição  comunicativa, o  grande  desafio  é  saber  como  selecionar e interpretar essas  imagens  que  nos são  colocadas,  mesmo  contra  nosso desejo.  Somos  cercados  por determinadas  imagens, de  todos  os  tipos,  imagens  que  têm  um  poder  muito  forte, que  dizem muito  e  que  falam  por  si mesmas

Desse ponto de vista não se pode pensar a leitura da perspectiva tradicional, na qual o ato de ler significava apenas a leitura de textos escritos, impressos ou não. A definição de leitura é  muito  mais  ampla, já  que ler  não  é  só decifrar  palavras. Ler também  pode  ser  entender  uma situação, interpretar uma mensagem gráfica e outras decodificações de signos. Esse é  um  dos  fatores  que  indicam  que  os  paradigmas  estão  em transição, que  o paradigma tradicional mudou, sofreu uma espécie de desmoronamento, o que resultou num novo paradigma,  muito  mais  amplo,  multidimensional  e  que a escola  deve  trabalhar transdisciplinarmente.

Sabemos que a visão contemporânea de leitura abrange múltiplas linguagens, de modo que, o ato de ler, em toda a sua complexidade, cada vez mais assume uma importância singular. Antes mesmo de ser “alfabetizada”,  a criança já é capaz  de “fazer leituras”  do que acontece ao  seu  redor, de interpretar o olhar  dos adultos e entender  se um gesto é acolhedor ou não. Paulo Freire  refletiu sobre isso ao longo de sua obra, afirmando que, antes de ler palavras, lemos o mundo, pois

“... se antes  os  textos  geralmente  oferecidos  como  leitura aos  alunos  escondiam muito  mais  do que desvelavam a realidade, agora, pelo contrário, a alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador e como ato político é um esforço de leitura do mundo e da palavra”. (FREIRE, 1999,p.30)

Mais do que ver, "ler" uma obra é lançar um olhar crítico e sensível sobre os textos e contextos da arte brasileira e mundial, incentivando a investigação e o estudo da produção acadêmica e da popular, da produção cultural do passado e da atualidade. Essa leitura tem como finalidade o contraponto, o diálogo entre a "verdade" da obra (o que o artista pensou ao criar a obra) e a "verdade" de cada um que a interpreta.

Essas diferentes imagens e obras  levarão  os alunos  a dialogar e interagir com as mesmas, as  quais  gerarão  todo o tipo de  discursos e de interpretações. Até porque, “Não explicamos as imagens, explicamos comentários a respeito de imagens”. (MANGUEL, 2001, p.29)

Pretende-se aqui através  de  uma  observação direta e  participativa e com  a  finalidade  de explorar  e investigar mais profundamente o assunto, essas atividades serão  desenvolvidas, onde professora e alunos/as, envolvidos com as imagens, irão o observar, repensar e redescobrir significados,  analisando opiniões  e  depoimentos  também  com  relação  às  cores,  aos  temas,  às mensagens, às intenções do autor/a etc.




Objetivo Geral

Proporcionar  aos  alunos/as  o  acesso  e  o  contato direto  com  charges  e  fotografias,  publicada em jornais, revistas e periódicos, visando a leitura e a decodificação destas e também de  outros suportes  como  cartazes,  estampas,  outdoors,  tiras, quadrinhos, pinturas, desenhos, esculturas, peças de teatro, dança,  grafites, computador, televisão,  filmes e clipes, entre outros.




Objetivos específicos

·        Refletir sobre as imagens que estão no nosso cotidiano
·        Buscar iniciativas de leitura fora da sala de aula
·        Questionar-se sobre atitudes e comportamentos diante de imagens
·        Desenvolver habilidades para a produção sobretudo de textos escritos, e eventualmente de textos orais, de diferentes tipos e gêneros, adequados á situação comunicativa
·        Reconhecer a organização tópica dos textos imagéticos, bem como sua tipologia
·        Compreender aspectos da língua escrita, tais como ortografia e pontuação e sua relação com a língua oral.
·        Reconhecer recursos utilizados diferentemente em variantes lingüísticas distintas.
·        Oferecer ao aluno mais oportunidades de leitura
·        Relatar de maneira objetiva as imagens observadas
·        Compreender a diferença entre os textos com linguagem verbal e não verbal e sua importância no processo sócio-comunicativo.

Procedimentos


A principal função da escola, que é de formar sujeitos sociais, implica garantir uma ação educacional voltada para o desenvolvimento da  competência comunicativa do aluno, da sua capacidade de interpretar e produzir, para que  ele se torne capaz de ler e pronunciar o mundo. Para tanto, é imprescindível que a ação pedagógica se desenvolva segundo uma prática que contemple a utilização de uma metodologia de leitura diversificada, ou seja, os materiais de apoio pedagógico devem constituir-se, sobretudo, dos diferentes textos que circulam socialmente. 
Uma concepção de leitura que se distancia das tradicionais já fora proposta por Paulo Freire, o qual defende que a leitura inicia na compreensão do texto.

Não existe um único caminho para ler ou interpretar a arte. Você pode descobrir e criar muitos caminhos para interpretá-la. Contudo, no encontro entre esses diferentes olhares estão alguns aspectos que serão contemplados em todas as disciplinas tais como:

·        Elementos básicos ou contextos formais – São os recursos expressivos, como a linha, a cor, o volume e a superfície. Eles dão forma a uma imagem.

·         Elementos secundários ou intelectuais – Os elementos básicos, organizados em um determinado contexto adquirem um sentido compositivo: ritmo, equilíbrio, profundidade, harmonia. Tal disposição configura uma ideia de tranquilidade, frio, calor, dramaticidade, movimento.

·         Elementos vivenciais – São o título, o tema, a vida e a obra do artista, a localização no tempo histórico e no espaço, simbologias, acontecimentos importantes durante a criação da obra, a reflexão e a crítica.
               
Os procedimentos metodológicos dar-se-á também através de: análises e comentários de imagens observadas, reescrita, releitura através de desenhos, músicas, paródias, teatro, histórias em quadrinhos, elaboração de placas,



Cronograma

 01  de junho a 30 de novembro



Recursos

Transparências, retroprojetor, tv, computador, livro didático, outdoor, placas diversas, revistas, gibis, cartolinas, barbantes, cola, pincel atômico



Avaliação


A avaliação é uma etapa fundamental no processo ensino/aprendizagem pois possibilita verificar em que medida houve progresso do aluno, face às metas e aos objetivos de ensino/ aprendizagem propostos, e oferece subsídios para rever ações metodológicas. Para isso deve ser um processo contínuo que aparece em cada atividade pela observação do desempenho dos alunos, como raciocinam  e se adquirem novas habilidades.
Assim,  cada professor em sua disciplina buscará avaliar os alunos tendo esses parâmetros e que primem pela leitura  em duas atividades diárias.


Referencias

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 38.ed. São Paulo: Cortez, 1999.


TRAVAGLIA, Luiz Carlos,  ROCHA, Maura Alves de Freitas, FERNANDES, Vania Maria Bernandes Arruda. A aventura da linguagem.  Dimensão.  Belo Horizonte. 2012.




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