domingo, novembro 03, 2013

Projeto: Sem álcool a vida é bem melhor


Introdução


O Colégio Municipal Nossa Senhora do Carmo abriga em sua maioria alunos da zona rural do município, no total são 330 alunos durante este ano letivo. A faixa etária dos alunos é entre 10 e 18 com predominância entre 13 e 14 anos. Quanto ao nível socioeconômico dos alunos, a grande maioria é bastante carente, já que o município dispõe de poucas oportunidades de emprego, os alunos moram em localidades distantes da sede e as famílias necessitam de auxilio da assistência social. As famílias dos alunos participam das atividades desenvolvidas na escola, de reuniões de pais e mestres e a maioria acompanha a vida escolar dos filhos. Por ser um município pequeno, a direção e professores conhecem as famílias dos estudantes, facilitando o diálogo entre escola e comunidade.
Em relação aos fatores de proteção da escola citamos a relação da escola com a comunidade, os pais são presentes nas atividades desenvolvidas pela escola. Os fatores de risco que apontamos é a falta de um espaço para lazer tanto na escola quanto na cidade.
É por saber que os pais ou responsáveis dos nossos alunos veem a escola com bons olhos e na grande adesão das famílias para a conscientização do presente projeto acreditamos que eles têm conhecimento e podem compartilhar com toda a comunidade escolar.
O alcoolismo foi e continua sendo um grande problema de saúde pública e como qualquer outra droga, o álcool provoca alterações no sistema nervoso, modificando comportamentos, produzindo prazer momentâneo e tornando o usuário dependente. O consumo de drogas lícitas no cotidiano cultural das pessoas tem permeado o cenário de nosso convívio.
Neste cenário, encontram-se os adolescentes participando deste consumo sem dar-se conta que o álcool é uma das drogas lícitas mais potentes consumida entre os jovens. Interessante salientar que o indivíduo, nesse caso o adolescente, necessita ser instrumentalizado e alertado para as consequências que o álcool provoca no organismo, se ingerido em excesso, pois, além dos acidentes de carro, espancamentos e outros, o álcool também provoca doenças. Nesse sentido, intervenções educativas se fazem necessárias de forma precoce, visando minimizar ou interromper esse processo de autodestruição. Sabemos que a escola não é suprema, porém tem o papel de informar, instigar, provocar e não se omitir, instrumentalizando os adolescentes por meio de dinâmicas de grupo, palestras e histórias em quadrinhos, como conviver com drogas lícitas, buscando envolver os pais destes e, identificar riscos à saúde provocados pelo consumo do álcool e os motivos que levam os adolescentes a ingerir bebidas alcoólicas.
Pretende-se com o projeto mobilizar a todos que enxergam na educação o caminho para o conhecimento e a mudança e entendem que a escola não caminha isolada, mas com o apoio das famílias, da comunidade, da Assistência social e dos profissionais de saúde.

Aspectos teóricos

O alcoolismo é definido como a ingestão de bebidas alcoólicas de forma continuada causando prejuízo emocional, social e físico ao indivíduo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é uma doença de natureza complexa, na qual o álcool atua como fator determinante sobre causas psicossomáticas preexistentes no indivíduo e o tratamento requer uma busca a processos profiláticos e terapêuticos de grande amplitude (TWERSKI, 1987).
O alcoolismo foi e continua sendo um grande problema de saúde pública, capaz de afetar todos os aspectos da conduta humana, constituindo-se em uma doença herdada com diferentes probabilidades de expressão aos descendentes (D’ ALBUQUERQUE; SILVA,1990).
O consumo de drogas lícitas no cotidiano cultural das pessoas tem permeado o cenário de nosso convívio. Neste cenário, encontram-se os adolescentes participando deste consumo sem dar-se conta que o álcool é uma das drogas lícita mais potente consumida entre os jovens.
Como qualquer outra droga, o álcool provoca alterações no sistema nervoso, modificando o comportamento da pessoa, produzindo prazer momentâneo e tornando o usuário dependente, fato que geralmente se inicia na infância ou adolescência. A sociedade tem um conceito muito positivo sobre a bebida e a publicidade explora a propaganda, associando-a a alegria, à sensualidade, geralmente as propagandas de bebida apresentam mulheres bonitas, saudáveis, bem sucedidas, sugerindo sucesso.
A prevenção do uso de substâncias lícitas, o oferecimento de ambiente familiar saudável e a educação adequada aos filhos revestem-se de uma importância primordial. Uma das responsabilidades da família consiste em educar os filhos, inculcando-lhes valores espirituais e morais e ensinando-lhes a enfrentar a dura realidade da vida.
Rossato; Zuse (2000), comentam que o álcool faz parte do rol das drogas lícitas junto com a automedicação, o tabaco, entre outras. Por ser uma droga socialmente aceita e estimulada por diversas culturas, torna-se difícil o entendimento do alcoolismo como uma doença para o indivíduo envolvido, a família e profissionais de saúde. Por esta razão, é frequente a família buscar atendimento médico ou especializado somente em casos de agitações, agressões e complicações clínicas e ainda acontece que, em muitos destes casos, são tratadas as causas imediatas, sendo ignorada a casualidade primária.
Silva (1998),  relata que para cada alcoolista no Brasil, existe em torno de cinco a dez pessoas sofrendo os efeitos da doença, sendo que as primeiras consequências atingem aos familiares, ampliando-se para as relações sociais, econômicas, culturais, intelectuais, emocionais e biológicas. O impacto na família manifesta-se principalmente pela ruptura e desorganização das relações interpessoais com prejuízo no desenvolvimento das pessoas, da qualidade de vida e saúde dos que convivem com o problema.
É importante salientar que, abstendo-se de usar álcool, os pais podem oferecer um exemplo que terá grande influência sobre a atitude de seus filhos a esse respeito. O amor e a unidade no seio de uma família que procura ter boas relações podem transformar-se na força motriz de um enfoque positivo e dinâmico da vida e de seus problemas; os filhos destas famílias aprendem que o consumo de álcool não é aceitável e que a superação das tensões da vida cotidiana é parte da experiência humana estando associada ao desenvolvimento e à maturidade pessoal.
Não importa por onde se começa a usar o álcool, e quais foram as percepções agrupadas e / ou as repercussões provocadas, o que está em jogo no seu uso, de acordo com Inem; Acselrad (1993, p. 95) diz respeito ao seguinte:

[...] as características psicológicas dos sujeitos que se tornarão dependentes; o contexto sócio-cultural e familiar onde estas pessoas estão inseridas; as diferentes capacidades que têm os sujeitos de adaptações e modificações de suas condutas; a droga que foi eleita pelo sujeito como sua droga preferencial.


Assim, a sociedade tem a responsabilidade de oferecer oportunidades para estimular e fomentar a criatividade e o trabalho útil devendo agir como coadjuvante para que haja menos substâncias disponíveis que levem à dependência para uso que não sejam médicos ou científicos. Os meios de informação deveriam oferecer programas de informação e de educação que ajudassem a prevenir o alcoolismo. Para os autores citados acima, é fato prevalecente que a grande maioria dos jovens brasileiros começa a ingerir substâncias alcoólicas em casa, posto que são substâncias mais suportadas por suas famílias e/ou são hábitos destas, bem como são propaladas pela mídia como hábitos de fino trato.
Sabemos que o uso de drogas principalmente o álcool é um fenômeno sociocultural complexo, o que significa dizer que sua presença em nossa sociedade não é simples e coloca importantes desafios. Não só existem vários tipos de drogas, como também são diferentes os efeitos por ela produzidos. Assim, seu uso e abuso devem ser compreendidos levando se em conta o contexto em que a droga é usada, o momento da vida do indivíduo que a consome e qual a relação que esse usuário estabelece com a substância (BRASIL, 2008).
O uso de bebida alcoólica gera a violência, para Dubet (2003:06), as condutas violentas ou percebidas como tais pelos professores (às vezes associadas ao uso de drogas) põem em questão

a função socializadora da escola, da civilização, como maneira de viver junto, de construir disciplina, de compartilhar direitos e deveres. A violência e as desordens escolares introduzem uma reflexão sobre a função cívica da escola nos contextos em que ela se confronta com a exclusão.

Objetivo Geral

Fortalecer a parceria comunidade-escola num trabalho de educação para a prevenção e redução do uso de bebidas alcoólicas entre os adolescentes e dos problemas decorrentes, em nossa cidade.


Objetivos específicos

- Promover o interesse e participação dos pais dos alunos nas ações e projetos da escola;
- Incentivar os alunos à adoção de posturas e hábitos que valorizem uma vida saudável, por meio da prática de esportes individuais e coletivos;
- Promover parcerias com a Secretaria de Cultura e lazer e com a Secretaria de Saúde para realização de eventos lúdicos.
- Organizar palestras e orientações para os alunos da escola e para os pais deles sobre o álcool e a importância da prevenção, visto que, a maioria dos casos de alcoolismo inicia-se dentro do ambiente familiar.
- Promover um espaço de discussão sobre as questões relacionadas à prevenção das drogas principalmente o álcool vinculada ao desenvolvimento do protagonismo dos jovens com foco na saúde e na prevenção.
- Fortalecer as ações participativas dos pais na escola.
- Promover o fortalecimento da relação pai/aluno por meio da realização de atividades escolares.
- Alertar o adolescente para as conseqüências que o álcool provoca no organismo, principalmente em excesso.



Metodologia


O projeto será desenvolvido em etapas que serão: divulgação para a comunidade escolar, de parcerias entre as secretarias de Educação, de Cultura e lazer e a de Saúde, sensibilização do projeto com os pais e os alunos, palestras, atividades teatrais,  utilização de filmes e vídeos além de outros recursos tecnológicos como a internet para promover através de pesquisa, a orientação, a prevenção e a conscientização contra o uso abusivo de drogas, especificamente o álcool.
Será feito "programas interativos", intervenções que teriam em comum a utilização de técnicas didáticas que estimulam a participação ativa dos alunos através de ginkanas, confecção de folders e jogos didáticos em que os alunos serão os agentes multiplicadores dessas atividades.
Palestras com profissionais de saúde e momentos em que os pais sejam os “palestrantes”, ou seja, que eles possam interagir com outros pais através de relatos, dinâmicas, sendo os condutores do evento.

Cronograma

Ações

Responsável pela ação

Recursos

Duração da atividade

·        Divulgação do projeto para os alunos. (folder e cartazes).
·        Sensibilização através de dinâmicas sobre o tema Alcoolismo

Coordenadora da escola

Data show, caixa amplificada e microfone

 2 dias



2 h

·        Construção de histórias em quadrinhos com o tema O alcoolismo e seus efeitos sobre os adolescentes
·        Exposição das histórias em quadrinhos


Professores de Língua Portuguesa

Papel sulfite, caneta hidrocor, lápis de cor

1 semana
                 
·        Análise de gráficos e tabelas sobre o alcoolismo no Brasil

Professores de Matemática

Data show, revistas e jornais

 2 h

·        Discussão e Exposição de vários cartazes em sala de aula com propagandas de bebida alcoólica, principalmente cerveja


Professores de Educação Artística

Revistas, jornais, cartolinas, pincel atômico


2 h

·        Palestra  “ Tema saúde e
qualidade de vida”

Enfermeira

Data show, caixa amplificada e microfone

1 h
·         Confeção de folder  com ilustrações sobre o alcoolismo e frases
Professores de Língua Estrangeira- Inglês
 Papel sulfite, caneta hidrocor, recortes de revistas e jornais
 2 h

·        Leitura e discussão de Gibis do programa DIGA SIM A VIDA


Professores de História

Os gibis

1 semana

·        Ginkana esportiva

Professores de Educação Física

Bolas, jogos didáticos, cordas, bambolês

1 dia

·        Sessão de  filme temático com debate e discussões.


Todos os profissionais  da escola

Data show, caixa amplificada e filme

2h

·        Apresentação teatral sobre o alcoolismo

Alunos da escola

Papel metro, tnt, EVA, cola, tesoura, tecidos diversos.

1 dia


Referências
 
BRASIL. Curso de Prevenção do Uso de Drogas para educadores de escolas públicas / Secretaria Nacional Antidrogas, Ministério da Educação; Brasília; 2008.

Bucher R. A abordagem preventiva. In: Bucher R, organizador. As drogas e a vida. São Paulo: Pedagógica e Universitária; 1988. p. 55-68.  

Carlini-Marlatt B. Estratégias preventivas nas escolas. In: Seibel SD, Toscano Jr. A, organizadores. Dependência de drogas. São Paulo: Atheneu; 2001

Costa ACLL, Gonçalves EC. A sociedade, a escola e a família diante das drogas. In: Bucher R, organizador. As drogas e a vida. São Paulo: Pedagógica e Universitária; 1988. p. 47-5

D’ALBUQUERQUE, L.C. e Silva, Doença Hepática alcoólica. São Paulo: Savier, 1990.

DUBET, François. A escola e a exclusão. Cadernos de Pesquisa. No. 119, jul. (p. 29-45), 2003.

INEM, C.; ACSEIRAD, G. Drogas: uma visão contemporânea. Rio de Janeiro: Imago,
1993.

SILVA, M. R. S. Família e alcoolismo: em busca do conhecimento. Dissertação de
mestrado. Florianópolis: UFSC, 1998.
Silveira DX. Considerações sobre a prevenção ao uso indevido de drogas. Rev ABP-APAL 1993.

TWERSKI, M.D. Como proceder com o alcoólatra. 2.ed. São Paulo: Paulinas/ Reindal,1987.

WIEVIORKA, Michael. Em que mundo vivemos? São Paulo: Perspectiva, 2006.

ZAGURY, Tânia. Escola sem conflito: parceria com os pais. Editora Record, São Paulo, 2002.

ZUSE, A.S. Autonomia que a educação não tornou consciência, resultou em dependência- alcoolismo. ( Dissertação de mestrado), Santa Maria: UFSM, 1991

O consumo de bebidas Alcoólicas na população escolar juvenil.  Disponível em http://www.gaim.pt/publicacoes/pub_2/Livro_Final.pdf

           

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