domingo, fevereiro 14, 2010

Os avanços e desafios da relação ensino-aprendizagem

A educação, processo de desenvolvimento essencial ao ser humano, não é estática porque acompanha a evolução e, portanto, é dinâmica e adaptável a cada novo tempo que chega. Não obstante, são criados modelos de se educar que permanecem por determinado período – às vezes longo – nas famílias, escolas e organizações. Há uma constante preocupação quanto à validade de cada modelo, a sua obsolescência ou tempo de vida útil, levando muitos estudiosos a compreender o momento em que vive a sua sociedade e as novas demandas educacionais.

Quando se trata da educação no âmbito da formação escolar, vêem-se constantes debates a respeito das formas mais adequadas para se promover as relações que permeiam o conhecimento. Percebe-se, cada vez melhor, a sutileza com que se processa a relação ensino-aprendizagem. Nomes consagrados do meio, a exemplo de Paulo Freire, revelam que "ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção".

Surgem, então, novos desafios para quem deseja construir métodos e estratégias educacionais de forma refinada, levando-se em conta a evolução pela qual trafegam mestre e aluno. Esse movimento não ocorre com facilidade, ou seja, opera-se uma revolução. Transformações desse porte causam o já conhecido caos, que só é descrito após a sua reorganização. Enquanto ele existe, pouco se percebe a respeito em virtude do furacão que se agita e dificulta a compreensão pelo tempo nele envolvido.

Ao focar esse tipo de desafio na vida escolar, devem-se levar em conta diversos aspectos colaboradores e de alta motivação, tais como:

Considerar, enquanto avaliação preliminar, os alunos (o seu ambiente comum, os seus horários de estudo, idades e responsabilidades familiares e sociais, etc).

Observar o conhecimento prévio que cada aluno traz consigo, e as experiências. Relevar o fato de que este conhecimento já adquirido facilita a aquisição de novo saber, sem esquecer que deve haver o respeito para com a quantidade de novas informações a serem fornecidas diariamente. No eixo da aprendizagem, encontram-se três elementos para adquirir o saber: qualidade, quantidade e tempo. Se há pouco tempo e opta-se pela qualidade, o resultado será baixa quantidade. Se a opção for pela quantidade, obter-se-á baixa qualidade. É uma escolha que deve ser feita mediante as condições existentes na programação escolar. Um bom planejamento deve prever essas condições para que possam gerar maiores êxitos.

Outro item importante é o conhecimento que o mestre tem, disponibilizando-o na construção do contato diário com os alunos. Boa formação profissional é sempre bem vinda. No entanto, deve-se lembrar que outros conhecimentos são também fundamentais, tal como o emprego das teorias e filosofias de liderança. Tem maior chance de facilitar o processo de ensino-aprendizagem o educador-líder ou líder-educador. Afinal este se conhece, conhece o outro e as mudanças que ocorrem ao longo da vida, exercitando a empatia e obtendo um diagnóstico constante de como os seus alunos aprendem, e ainda as suas dificuldades, anseios e as possíveis dificuldades de aprendizagem.

Alguns métodos facilitam e devem ser levados em conta: dinâmica de grupos para sensibilizar os alunos, discussão e construção do saber com maior participação (ainda que se inicie com raros alunos, tudo tem que ter o primeiro passo), elaboração criativa de apresentações sobre determinados conhecimentos (uso de recursos materiais e de idéias), recursos tecnológicos como projeções e aulas expositivas. Há, ainda, a preocupação do marketing pessoal que se forma, levando o aluno a se projetar no mercado de trabalho por suas habilidades: competências, aplicação prática, conhecimento e, conseqüentemente, o marketing da instituição de ensino, que é parte importante do currículo deste aluno. Logo, cria-se uma marca que identifica um bom lugar de formação e isso gera uma maior procura e crescimento decorrentes.

Organização e método podem complementar o arsenal do professor, criando uma estrutura de apoio além de atender ao funcionamento administrativo das organizações de ensino. Dessa forma, existe maior estabilidade e segurança, sem perder de vista a flexibilidade, para não se tornar rígido demais ou dificultar as mudanças e as novas adaptações evolutivas.

A atenção deve observar cada detalhe e servir como uma fonte de informações que se processa por meio da reflexão, que é sempre compartilhada na relação ensino-aprendizagem, levando ao desenvolvimento comunitário.

(Armando Correa De Siqueira Neto )

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