domingo, fevereiro 14, 2010

LUDICIDADE - RELAÇÕES EDUCATIVAS

O Lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente pedagógica. A criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não é prazerosa.
Snyders (S/D) defende a alegria na escola, vendo-a não só como necessária, mas como possível.
“A maior parte das crianças em situação de fracasso são as de classe popular e elas precisam ter prazer em estudar; do contrário, desistirão, abandonarão a escola, se puderem. (...)
Quanto mais os alunos enfrentam dificuldades de ordem física e econômica, mais a Escola deve ser um local que lhes traga outras coisas. Essa alegria, não pode ser uma alegria que os desvie da luta, mas eles precisam ter o estímulo ao prazer. A alegria deve ser prioridade para aqueles que sofrem mais fora da escola. (...)
Estudos demonstram que através de atividades lúdicas, o educando explora muito mais sua criatividade, melhora sua conduta no processo de ensino-aprendizagem e sua auto estima.
O indivíduo criativo é um elemento importante para o funcionamento efetivo da sociedade, pois é ele quem faz descobertas, inventa e promove mudanças.
O referencial teórico dessa pesquisa teve como base as teorias críticas da educação.
Libâneo (1996,p. 39) nos diz:
“A função da pedagogia “dos conteúdos” é dar um passo à frente no papel transformador da escola, mas á partir de condições existentes. Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos escolares que tenham ressonância na vida dos alunos”.
A escola passou a difundir um ensino enciclopédico, imaginando quanto mais conteúdos passassem, mais os alunos se desenvolveriam, o que não é verdade. Para serem assimiladas, as informações devem fazer sentido. Isso se dá quando elas incidem, no que Vygotsky (2001 p. 25) chamou de zona de desenvolvimento proximal, a distância entre aquilo que a criança sabe fazer sozinha (o desenvolvimento real) e o que é capaz de realizar com ajuda de alguém mais experiente (o desenvolvimento potencial). Assim, o bom ensino é o que incide na zona proximal.
No entanto, o sentido verdadeiro da educação lúdica, só estará garantido se o professor estiver preparado para realizá-lo e ter um profundo conhecimento sobre os fundamentos da mesma.
Assim podemos perceber que o Lúdico apresenta uma concepção teórica profunda e uma concepção prática, atuante e concreta.
“O lúdico deve estar em todos os momentos presentes, porque torna o aprendizado mais prazeroso, utilizando vários jogos e brincadeiras na sala de aula. Ao integrar com a Educação Física, deve-se planejar, pensar atividades integradas que todos os alunos participem.”

“O lúdico em sala de aula pode e deve ser trabalhado em todas as atividades, pois é uma maneira de aprender/ensinar que desperta prazer e assim a aprendizagem se realiza.”
maneira integrada o que antes não acontecia.”
Mais uma vez observa-se nas falas uma mudança de concepção e disposição para mudança de atitude à partir do conhecimento teórico adquirido no seu processo de formação, porém, não se tem a garantia da associação teoria e prática na sala de aula.
Assim isso nos permite assegurar que os entrevistados reconhecem que a pedagogia através do jogo oferece algumas vantagens: a ludicidade, a cooperação, a participação, enfim, promovem a alegria, prazer e motivação. Diante disso, seria necessário que esses benefícios fossem reconhecidos e colocados verdadeiramente em prática. Essa integração é perfeitamente viável.



*Lisandra Olinda Roberto Neves

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