domingo, dezembro 16, 2018

A tecnologia nas aulas de Historia

É notável que as diferentes tecnologias digitais potenciam, a priori, o desenvolvimento de uma consciência crítica, uma vez que através delas se pode fazer a ponte entre o passado e o presente. Ao questionar quantas  vezes os professores de História procuram que os seus estudantes formulem raciocínios de causalidade complexa e consigam perceber os acontecimentos a nível não só conjuntural, mas também estrutural? É percebido que a possibilidade de desenvolver este raciocínio a um nível mais prático, que a tecnologia, normalmente, pode possibilitar, tal como a visualização de mapas interativos, a construção de bases de dados com informação variada ou até a participação num jogo de computador, contribuirá, certamente, para que os estudantes adquiram as competências definidas e desejadas.

A História, apesar de todas estas dificuldades, ao tratar do passado e dos seres humanos desse mesmo passado, apresenta uma série de características especiais enquanto disciplina: tem a questão da temporalidade, tem a questão da multiperspectiva, tem também a questão da complexidade e tem ainda uma série de conceitos estruturais que são determinantes na capacidade de verdadeiramente compreender o que é ensinado em qualquer aula de História.
Assim, verifica-se a necessidade de se explicar aos estudantes no ensino da História, que para perceberem um dado acontecimento, não podem olhar para ele de forma isolada, mas sim como parte de um todo maior e mais complexo, sendo que as ações individuais e o próprio tempo podem contribuir para que se produzam resultados diferentes.

Na realidade, a usabilidade das tecnologias tornou-se um imperativo. O fácil acesso à informação e urgência de atualização de conhecimentos delega a professores e estudantes novas experiências, com tendência para a responsabilização e controle da aprendizagem ao próprio estudante, apoiado pelo professor, em tarefas de pesquisa, autonomização e regulação. A disponibilidade de outros materiais além dos impressos que concorrem com o multimídia e com dispositivos informáticos aliciantes e comuns, permitiu uma aproximação aos territórios educativos e ambientes de aprendizagem com informação disponível online desafiando uma dinâmica diferente e apontando novos limites para a liberdade de ensinar e de aprender (MONTEIRO; MOREIRA, LENCASTRE, 2015).

TRINDADE Sara Dias; MOREIRA, José António. Tecnologias móveis e a recriação digital na construção do conhecimento histórico. Revista Eletrônica de Educação, v.11, n.2, p. 637-652, jun./ago., 2017.

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