domingo, dezembro 16, 2018

Funções sociais da escola


                                  
RESUMO DESCRITIVO   
                                  
REFERÊNCIA: SACRISTAN, J. Gimeno. As funções sociais da escola: da reprodução à reconstrução crítica do conhecimento e da experiência in SACRISTIAN, J. Gimeno e GOMEZ, A./ Perez. Compreender e transformar o ensino; trad Ernani F. da Fonseca Rosa; 4ª edição – Artmed, 1998

A educação cumpre uma evidente  função de socialização, desde que a configuração social da espécie se transforma em um fator decisivo da  humanização do homem porque a espécie humana elabora instrumentos, artefatos, costumes, normas, códigos de comunicação e convivência como mecanismos imprescindíveis para a sobrevivência. Esse meio de aquisição por parte das novas gerações das conquistas sociais costuma denominar-se genericamente como processo de educação. A preparação das novas gerações para sua participação no mundo do trabalho e na vida pública requer a intervenção de instâncias específicas como a escola cuja função é atender e canalizar o processo de socialização, que por seus sistemas de organização, introduz nos alunos em etapas, mas progressivamente, as idéias, os conhecimentos, as concepções, as disposições e os modos de conduta que a sociedade adulta requer. Desde o surgimento das sociedades industriais, a sociedade delega e encarrega à escola a função da  incorporação futura ao mundo do trabalho, porém não é fácil definir o que significa, em termos de conhecimentos, disposições, habilidades e atitudes, preparar os alunos para sua incorporação não conflitante no mundo do trabalho, especialmente em sociedades pós-industriais, nas quais emergem diferentes postos de trabalho autônomos ou assalariados e nas quais o desenvolvimento econômico requer mudanças aceleradas nas características do mercado de trabalho até porque a escola ainda possui outra função que é a formação do cidadão para sua intervenção na vida pública, e assume no sentido de socialização a idéia de que é igual para todos e de que, portanto, cada um chega onde suas capacidades e seu trabalho pessoal lhes permitem. Ela também cumpre a função de impor a ideologia dominante na comunidade social mediante um processo mais ou menos aberto e explícito de transmissão de idéias e comunicação de mensagens, seleção e organização de conteúdos de aprendizagem. Sendo assim, para compreender a extensão, a complexidade e a especificidade dos mecanismos de socialização na escola se requer uma análise exaustiva das fontes e fatores explícitos ou latentes, acadêmicos ou sociais, que exercem influência relevante na configuração do pensamento e ação dos alunos. É preciso aceitar que a contradição entre aparências formais e realidades factuais faz parte do próprio processo de socialização na vida escolar, na qual, sob a ideologia da igualdade de oportunidades numa escola comum para todos, se desenvolve lenta, mas decisivamente o processo de classificação, de exclusão das minorias e do posicionamento diferenciado para o mundo do trabalho e da participação social. È fato que o conhecimento nos diferentes âmbitos do saber é uma poderosa ferramenta para analisar e compreender as características, os determinantes e as conseqüências do complexo processo de socialização reprodutora. Com este objetivo, deve-se substituir a lógica da homogeneidade, imperante na escola, com diferentes matizes, desde sua configuração, pela lógica da diversidade porque igualdade de oportunidade não é um objetivo ao alcance da escola. Assim, o desafio educativo da escola contemporânea é atenuar, em parte, os efeitos da desigualdade e preparar cada individuo para lutar e se defender, nas melhores condições possíveis, no cenário social.

Palavras chaves:  educação, sociedade, escola, transformação
           

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