O texto analisado “ A força das
palavras” encontra-se na edição 1862( hum mil oitocentos e sessenta e dois) de
14 de julho de 2004, é um artigo de opinião escrito por Lya Luft para a revista
veja na seção Ponto de vista.
O artigo de opinião assume as características do tipo
textual argumentativo em que o autor tem a intenção de convencer os
interlocutores e, para isso, precisa apresentar argumentos consistentes,
verdadeiros e opiniões que tenham credibilidade.
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. Possui muitas características: contém um título polêmico ou provocador, expõe uma idéia ou ponto de vista sobre determinado assunto, apresenta três partes: exposição, interpretação e opinião, utiliza verbos predominantemente no presente e utiliza linguagem objetiva (3ª pessoa) ou subjetiva (1ª pessoa). Porém, uma característica muito peculiar deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas, apresenta outros aspectos persuasivos como por exemplo as orações no imperativo (seja, compre, ajude, favoreça, exija, etc.) e a utilização de conjunções que agem como elementos articuladores (e, mas, contudo, porém, entretanto, uma vez que, de forma que, etc.) e dão maior clareza às ideias.
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. Possui muitas características: contém um título polêmico ou provocador, expõe uma idéia ou ponto de vista sobre determinado assunto, apresenta três partes: exposição, interpretação e opinião, utiliza verbos predominantemente no presente e utiliza linguagem objetiva (3ª pessoa) ou subjetiva (1ª pessoa). Porém, uma característica muito peculiar deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas, apresenta outros aspectos persuasivos como por exemplo as orações no imperativo (seja, compre, ajude, favoreça, exija, etc.) e a utilização de conjunções que agem como elementos articuladores (e, mas, contudo, porém, entretanto, uma vez que, de forma que, etc.) e dão maior clareza às ideias.
Quanto a estrutura o artigo de opinião é um texto jornalístico, em prosa, que apresenta o ponto de vista do autor ou autores a respeito de determinado assunto considerado de interesse no momento. Quem escreve um artigo é chamado de articulista. È um texto de caráter dissertativo-argumentativo. Pode estruturar-se de diversas formas. O mais comum é compor-se de três partes: primeira parte: apresenta-se o tema, de forma sucinta, fazendo um histórico se for o caso. Pode-se também, apresentar nessa parte, uma tomada de posição diante do tema, ou seja, a formulação de uma tese, a segunda parte: apresentam-se os argumentos e contra-argumentos necessários para justificar a posição defendida e por fim a terceira parte ou encerramento: reafirma-se ou apresenta-se de modo condensado o ponto de vista defendido no artigo. Para isso o autor adota estratégias discursivas para convencer o leitor: acusações claras ao oponentes, as ironias, as insinuações, as digressões, as apelações à sensibilidade, a retenção de recursos descritivos – detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes de informações.
Nesse artigo analisado o problema enfocado é como/ quando usar as
palavras e a força que elas têm. Constitui o texto de 14 parágrafos.
Sequência Tipológicas
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Gênero Textual: Artigo de
Opinião
A força das palavras – Lya Luft
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Expositivo/descritivo
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Palavras assustam mais do que
fatos: às vezes é assim.
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ExpositivoDescritivo
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Descobri isso quando as pessoas
discutiam e lançavam palavras como dardos sobre a mesa de jantar. Nessa
época, meus olhos mal alcançavam o tampo da mesa e o mundo dos adultos me
parecia fascinante. O meu era demais limitado por horários que tinham de ser
obedecidos ( por que criança tinha de dormir tão cedo? ) , regras chatas( por
que não correr descalça na chuva, por que não botar os pés em cima do sofá,
por quê, por quê, por quê...?), e a escola era um fardo ( seria tão mais
divertido ficar lendo debaixo das arvores no jardim de casa...)
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Descritivo
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Mas, em compensação, na escola
também se brincava com palavras: lá como em casa, havia livros, e neles as
palavras eram caramelos saborosos ou pedrinhas coloridas que a gente
colecionava, olhava contra a luz, revirava no céu da boca... E ás vezes
cuspia na cara de alguém de propósito, para machucar.
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Narrativo/descritivo
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Depois houve um tempo ( hoje
não mais?) em que palavras eram cortadas por reticências na tela do cinema,
enquanto sobre elas se representavam cenas que, como se dizia no tempo dos
pudores, fariam corar um frade de pedra.
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Expositivo
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Palavras ofendem mais do que a
realidade – sempre achei isso muito divertido. Palavras servem para criar
mal-entendidos que magoam durante anos:
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Expositivo
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- Você aquela vez disse que
eu...
- De jeito nenhum, eu jamais
imaginei, nem de longe, dizer uma coisa dessas...
Mas você disse...
- Nunca! Tenho certeza
absoluta!
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Expositivo
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Vivemos nesses enganos, nesses
desencontros, nesse desperdício de felicidade e afeto. No sofrimento desnecessário,
quando silenciamos em lugar de esclarecer. “Agora não quero falar nisso”,
dizemos. Mas a gente devia falar exatamente disso que nos assusta e nos
afasta do outro. O silêncio, quando devíamos falar, ou a palavra errada,
quando devíamos ter ficado quietos: instauram-se assim, o drama da
convivência e a dificuldade do amor.
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Expositivo/descritivo
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Sou dos que optam pela palavra
sempre que é possível. Olho no olho, às vezes Mao na Mao ou Mao no ombro: vem
cá, vamos conversar? Nem sempre é possível. Mas , em geral, é melhor do que o
silêncio crispado e as palavras varridas para baixo do tapete.
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Expositivo/descritivo
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Não falo do silêncio bom em que
se compartilham ternura e entendimento. Falo do mal de um silêncio ressentido
em que se acumulam incompreensão e amargura – o vazio cresce e a mágoa
distancia na mesma sala, na mesma cama, na mesma vida. Em parte porque nada
foi feito, quando tudo precisaria ser falado, talvez até para que a gente
pudesse se afastar com amizade e respeito quando ainda era tempo.
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Expositivo / descritivo
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Falar é também a essência da
terapia: pronunciando o nome das coisas que nos feriram, ou das que nos
assustam mais, de alguma forma adquirimos sobre elas um mínimo controle. O
fantasma passa a ter nome e rosto, e começamos a lidar com ele. Há estudos
interessantíssimos sobre os nomes atribuídos ao diabo, a enfermidades
consideradas incuráveis ou altamente contagiosas: muitas vezes, em lugar das
palavras exatas, usamos eufemismos pra que o mal a que elas se referem não
nos atinja.
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Expositivo/Argumentativo
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A palavra faz parte da nossa
essência: com ela, nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos,
apaziguamos, ferimos e matamos. Com a palavra seduzimos num texto; com a
palavra, liquidamos – negócios, amores. Uma palavra confere o nome ao filho
que nasce e ao navio que transportará vidas ou armas.
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Expositivo /argumentativo
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“ Vá”, “ Venha”, “Fique”, “ Eu
vou”, “Eu não sei”, “ Eu quero, mas não posso”, “Eu não sou capaz”, “Sim, eu
mereço” – dessa forma, marcamos as nossas escolhas, a derrota diante do nosso
medo ou a vitória sobre o nosso susto. Viemos ao mundo para dar nomes às
coisas: dessa forma nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar
antes de nós.
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Considerações
Finais
Neste
trabalho foi discutido as tipologias textuais analisando três gêneros
diferentes, em que percebemos suas estruturas e funcionalidades através das
problematizações defendidas pelos autores dentro do contexto da Língua
Portuguesa.
Percebemos
que entre as características básicas dos tipos de textuais está o fato de eles
serem definidos por seus traços lingüísticos predominantes. Por isso, um tipo
textual é dado por um conjunto de traços que formam uma sequência e não um
texto.
Ao
analisar os gêneros textuais estudados, notamos que por meio dele o aluno toma
consciência de que pode, como cidadão, manifestar seus pontos de vista, opinar
e interferir nos acontecimentos do mundo concreto.
Assim,
no plano da linguagem, o ensino dos diversos gêneros textuais que socialmente
circulam entre nós, além de ampliar sobremaneira a competência lingüística e
discursiva dos alunos, aponta-lhes inúmeras formas de participação social que
eles, como cidadãos, podem ter fazendo uso da linguagem.
Ao
observar os gêneros textuais e a definição e funcionalidade de Luiz Antônio
Marcuschi, destacamos os aspectos
importantes para esse tipo de portadores textuais : Os gêneros são eventos sociais maleáveis e
surgem das necessidades e atividades sócio-culturais com grande influencia das
inovações tecnológicas; os grandes suportes tecnológicos da comunicação (rádio,
televisão, jornal, internet, revista), por terem uma presença marcante e
centralidade nas atividades comunicativas, vão propiciando e abrigando gêneros
novos bastante característicos, os
gêneros surgem ancorados em outros gêneros. Pode ser por transmutação ou por
assimilação de um por outro, e o que determina o gênero pode ser a forma, a
função, o suporte ou o ambiente em que os textos aparecem, o gênero privilegia
a natureza funcional e interativa da língua, já o tipo textual se preocupa com
o aspecto formal e estrutural, heterogeneidade tipológica que é um gênero com
mais de um tipo textual, a intertextualidade inter-gêneros que é um gênero com função de outro e o domínio
discursivo,ou seja, esfera ou instancia de produção discursiva ou de atividade
humana. Não é um texto nem discurso, mas propicia o surgimento de discursos
bastante específicos. Do ponto de vista dos domínios falamos em discurso
jurídico, jornalístico etc., já que as atividades jurídica, jornalística não
abrangem um gênero particular, mas, dão origem a vários deles.
Desse
modo, acreditamos que, havendo certa estabilidade, torna-se possível apresentar
aos alunos alguns paradigmas aos quais possam se reportar. Para Kleiman (2003),
é importante apresentar aos alunos “ sugestões didáticas para uso dos textos
enquanto exemplares e fonte de referência de um determinado gênero”. Com isso
não queremos afirmar que um gênero textual possa ser aprendido apenas com a
intenção de modelos, mas que esse
trabalho precisa permitir uma recriação, uma adequação da produção de um
determinado texto a uma situação social.
Considerando-se os gêneros textuais formas verbais orais e
escritas que resultam de enunciados produzidos em sociedade e, no âmbito do
ensino e aprendizagem de português, são vias de acesso ao letramento, propõe-se
que no ensino, as atenções estejam voltadas para os textos que encontramos em
nossa vida diária com padrões sócio-comunicativos característicos definidos por
sua composição, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados por
forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas. Assim, a concepção
de gênero diz respeito à forma, ao conteúdo, aos propósitos comunicativos e ao
percurso social. O gênero textual reflete todo o processo social envolvido na
comunicação que encerra.
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