domingo, abril 24, 2011

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

É comum ao iniciar o ano letivo, a preocupação das escolas em formularem seu Planejamento Educacional, porém o que na verdade precisamos é saber o que, realmente, um Planejamento Educacional representa num contexto da Educação. Geralmente, está integrado à jornada pedagógica que acontece sempre no inicio de cada ano letivo. Sua programação inclui momentos específicos para discussão entre os seguintes profissionais: os responsáveis pela articulação do trabalho na rede, os gestores e os docentes. Todos com a responsabilidade de antever ações que ao longo do ano letivo vão contribuindo para o desenvolvimento educacional dos seus alunos.
Nesse processo é importante garantir que sejam seguidas três etapas: a elaboração, a execução e a avaliação, colocá-las em prática, ou seja, agir de acordo com o que foi imaginado para que o PE seja uma “chave" de abertura para os caminhos de pessoas envolvidas com esse trabalho.
Na esfera educacional, o planejamento é o instrumento que possibilita a disseminação das políticas públicas educacionais entre gestores, coordenadores e professores. Com base nisso, a equipe pensará em montar uma estrutura que permita às escolas desenvolver seus projetos.
É muito importante, para que um PE dê certo, que as secretarias valorizem a realidade das escolas e dêem condições para que as diretrizes sejam implementadas.
Para que o trabalho do ano todo seja integrado é essencial acolher os novos professores, dando-lhe oportunidades de também contribuir com a elaboração do plano de ações, que são discutidos e elaborados nas reuniões. Esse não é só um momento de distribuição dos materiais, mas também de compartilhar com toda a equipe novos perspectivas.

Planejamento participativo: o significado da realidade coletivamente construída


Nos últimos anos o debate sobre o processo de planejamento participativo da unidade escolar ganhou importância entre os teóricos que postulam a descentralização do sistema educacional como um caminho para a democratização da gestão da educação e a conseqüente melhoria da qualidade do ensino.
Analisar a realidade particular de cada escola, torna-se uma tarefa fundamental no processo de planejamento, pois "problemas" semelhantes não são necessariamente identificáveis, ou seja, o mesmo "problema" deve ser pensado de forma diferente, em distintas realidades escolares.
Quando não existe participação pode ocorrer um processo de fragmentação dos diferentes "olhares" sobre a escola, ou seja, a escola vista e vivenciada pelo pai, não necessariamente corresponde àquela analisada e vivenciada pelo professor, sendo que a "escola" do professor pode não corresponder a do diretor, que por sua vez, pouco tem a ver com aquela ditada pela política educacional elaborada a partir dos órgãos centrais do sistema educacional.
A participação de todos os envolvidos no dia-a-dia da escola nas decisões sobre os seus rumos, garante a produção de um planejamento no qual estejam contemplados os diferentes "olhares" da realidade escolar, possibilitando assim, a criação de vínculos entre pais, alunos, professores, funcionários e especialistas. A presença do debate democrático possibilita a produção de critérios coletivos na orientação do processo de planejamento, que por sua vez, incorpora significados comuns aos diferentes agentes educacionais, colaborando com a identificação desses com o trabalho desenvolvido na escola. Favorece a execução de ações através de compromissos construídos entre aqueles diretamente atingidos pelo planejamento educacional.
Nesse sentido, a participação deve ser entendida como um processo de aprendizagem que demanda espaços sociais específicos para a sua concretização, tempo para que idéias sejam debatidas e analisadas, bem como, e principalmente, o esforço de todos aqueles preocupados com a formação do cidadão e de uma escola verdadeiramente democrática.
O planejamento participativo é o processo de organização do trabalho coletivo da unidade escolar. Segundo Ferreira (1979) podemos identificar três fases desse processo: a preparação do Plano Escolar, entendido como o registro sistematizado e justificado das decisões tomadas pelos agente educacionais que vivenciam o dia-a-dia da escola; o acompanhamento da execução das operações pensadas no Plano Escolar, de forma a fazer, caso seja necessário, as alterações nas operações de forma que essas alcancem os objetivos propostos; e a revisão de todo o caminhar, avaliando as operações que favoreceram o alcance dos objetivos e aquelas operações que pouca influência tiveram sobre o mesmo, iniciando-se assim um novo planejamento.
É importante lembrar que todo processo de planejamento participativo tem por função transformar uma dada realidade. Ao proporcionarmos um espaço participativo no qual pais, alunos, professores, funcionários e especialistas expliquem a escola, estamos garantindo a ampliação da compreensão desses sobre a realidade escolar através do debate democrático. Posturas divergentes sobre os problemas da escola devem ser discutidas dentro dos limites éticos, prevalecendo o respeito à diferença, possibilitando um diálogo que viabilize propostas coletivas para a melhoria da qualidade política, pedagógica e administrativa da escola.

A PRODUÇÃO DE UM PLANO ESCOLAR PARTICIPATIVO

O primeiro passo para a elaboração de um planejamento participativo é fazer que os problemas a serem tratados pelo Plano partam do seio da comunidade escolar. Assim, é necessário que cada segmento da escola, selecione um problema que, segundo sua opinião, está afetando a escola. Após o levantamento dos problemas apontados por todos os segmentos, torna-se necessário hierarquizá-los, priorizando aqueles mais voltados por toda a comunidade escolar ou mesmo discutidos em reuniões do Conselho de Escola. Os problemas devem tratar de temas dentro dos limites da escola, pois existem alguns externos, os quais, apesar de afetarem diretamente a escola, são de difícil acesso para a comunidade escolar. O ideal é a seleção de problemas que envolvam toda a escola. Vale lembrar que o problema selecionado seja expresso de forma clara e objetiva, facilitando o entendimento de toda a comunidade escolar, até mesmo daquelas pessoas que não participaram das discussões. Um plano escrito de forma clara torna-se um instrumento pedagógico para a comunidade escolar, pois explica à mesma os problemas presentes na instituição e as soluções propostas para a sua resolução, o que garante a colaboração de todos na execução do mesmo, partindo de um método, no qual Ferreira (1989), nos diz afirma que o método não passa de um instrumento de racionalização de nossas ações, o importante é o conhecimento que possuímos, ou mesmo adquirimos, sobre a realidade que vamos planejar.




BARROSO, J. O reforço da autonomia das escolas e a flexibilização da gestão escolar em Portugal. In: FERREIRA, N. S. C. (org.) Gestão Democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortes, 1998.

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